Domingo e hoje estão sendo os dias para o concurso vestibular da UEPG. Nossa, quantas lembranças!
Lembro-me do primeiro vestibular que prestei, estava muito frio, pois era nessa época de julho e eu não havia estudado quase nada. Assim, nada mais justificável a existência da minha ansiedade. Na verdade, eu estava tão ansiosa que não almocei e, para não ir totalmente em jejum, tomei um suco. Minha mãe sempre fala: "Não saia de casa em jejum, menina!" e eu, de algum modo, não a desobedeci naquela ocasião.
Chegando no lugar marcado para fazer as provas, talvez para meu conforto, vi aquele acúmulo de pessoas, elas com as mesmas expressões que eu e aquela correria por causa dos documentos. Esse nervosismo é comum a todos, pensei. Pois eu, meia hora antes de sair, verifiquei se a minha documentação estava correta, mas parece que, quando se chega no lugar, tudo está faltando. A pessoa que conferia naquele dia olhou tudo e, para minha felicidade, confirmou que os documentos estavam corretos. Tão difícil levar a ficha de inscrição, o documento de identidade oficial e a cópia. Eu sei que não é, mas, mesmo assim, para mim foi um sufoco.
A primeira fase já tinha passado, era só esperar o grande momento de fazer aquelas provas. Provas que mais pareciam ser o único transporte para um mundo melhor: a universidade. Só de pensar nisso, de ter a responsabilidade de fazê-las, acertá-las e depois frequentar o mundo melhor, era uma tortura para mim. Todos em casa torcendo para que eu passasse e eu nem tinha me esforçado o bastante. Os outros que estavam na mesma sala que eu pareciam estar tão convictos da vaga e eu tão insegura!
A minha insegurança se devia ao fato de cogitar a hipótese de ficar um ano em casa sem estudar. Isso seria o meu maior desafio. Não porque eu não gosto de ficar em casa, mas porque eu nunca fiquei um ano sem estudar depois que comecei. Esse vestibular, além de ser da única instituição pública que possui o curso que eu queria, era a minha melhor opção para ser salva e não transformar essa hipótese em realidade.
Fiz as provas que, por minha inexperiência, foram terríveis, além de ter fracassado na redação. Saí de lá com vontade de chorar. Quem torceu por mim me perguntava como eu achei que tinha ido nas provas e eu respondia que nem tão bem nem tão mal, mesmo meu coração dizendo que tudo foi mal. Quando o resultado do vestibular saiu, a verdade veio à tona, ou seja, eu não tinha passado.
Nesse dia me senti derrotada, esmagada. Mas segui a vida comumente, pois havia mais uma chance no final do ano. Aliás, quando me refiro a "apenas" mais uma chance é devido ao fato de tudo acontecer conforme sonhei, isto é, terminar o terceiro ano e, em seguida, cursar o ensino superior. Por isso, não desanimei, voltei a estudar com mais interesse e no fim do ano conquistei a lista de espera graças ao meu empenho no último ano regular. Pacientemente, esperei até ser chamada, então só restava a mim, nessa hora, ter muita positividade e consegui!
Apesar de ter sofrido, chorado, desanimado, nada disso foi em vão. Ao contrário, foram fatores que me impulsionaram a seguir em frente, de cabeça erguida, me esforçando de verdade para alcançar os meus objetivos. Talvez se nada disso tivesse ocorrido, hoje eu não reconheceria meus próprios méritos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário