Se você acorda atrasado com o pé esquerdo, olha-se no espelho e vê uma espinha na ponta do nariz, lembra-se que é dia de apresentação de algum trabalho que você, obviamente não estudou, vai ao banho e sua mãe avisa que acabou a água, podes crer, não é teu dia de sorte! Contudo, para um dia ser ruim os fatores não necessariamente precisam estar explicitados.
Um dia lindo, com céu azul logo às 8h30 da manhã, temperatura agradável, sem trabalho algum para apresentar e o primeiro horário vago. Enfim, praticamente perfeito! Uma pessoa conhecida aparece no portão de minha casa para me acompanhar à universidade: a minha melhor amiga. Isso aconteceu no dia vinte e oito de setembro de dois mil e onze, mais precisamente às 13h.
A caminho da universidade, dentro do ônibus, essa pessoa comenta que havia me mandado um e-mail para avisar a repentina visita. Ela ainda fala que entrou no ônibus anterior achando que eu (a poderosa) já estaria no embarque e, percebendo o equívoco, desce dele para ir à minha casa com o único fim de ter minha companhia. Nesse trajeto, eu recebo três ligações, de outra amiga, convidando-me para ir ao evento que estava acontecendo. Havia palestras e mesas-redondas sobre um assunto que não me desperta interesse. Depois dessas ligações insistentes, eu compartilho ironicamente a minha vontade de participar desse tipo de evento e minha amiga declara que esse era outro propósito da sua aparição, isto é, acompanhá-la nesse evento.
Entretanto, eu, espertalhona, persuadi-a para ir à universidade comigo e mexer no computador, Internet etc. Lá estão as duas melhores amigas, lado a lado, conversando por msn. Ressalto que eu ia à universidade no horário habitual, mesmo não tendo a primeira aula, a fim de estudar. É perceptível que não se concretizou, ainda que minha amiga tivesse conhecimento disso! Mas para não desperdiçar tanto tempo "rindo" em frente ao computador da universidade, eu solicitei a ela que me acompanhasse até a biblioteca para emprestar alguns livros e estudar em casa.
Com o pedido aceito, vão as duas caminhando e conversando descontraidamente pelos corredores, comentários de duas jovens estudantes. Na biblioteca, ela então se empolga com os títulos dos livros, além de insultar-me com observações maldosas referentes ao meu curso. Num instante, ela começa a se apalpar descontroladamente e me pergunta: "Você viu meu celular?" Eu penso: "Ai, não! Não vá me dizer que o perdeu!" Mas respondo: "Não, por quê?" Ela: "Acho que o perdi!" Desse modo, a alegria desaparece sendo, assim, substituída pelo desespero da perda.
Fomos aos outros corredores da biblioteca para procurar o tal celular, voltamos a sala dos computadores e nada! Nenhuma pista sequer! Conversamos com todos os presentes (já que com todos os ausentes é impossível) informando o desaparecimento do celular. Cansadas, esgotadas, demo-nos por vencidas e não o achamos. Ela o perdeu!
Então, se você for a algum lugar que, supostamente, te acrescente intelectualmente, não se deixe persuadir por pessoas que, como eu, só pensam em si. Se ela tivesse ido ao evento, é bem provável que não teria experimentado a perda do mobile phone. Eu não estaria preocupada e isso não me serviria de inspiração para o blog. Dessa vez a Lei de Murphy falhou e falhou feio, pois tudo estava bem.
Se não fosse o meu poder de persuasão...