Estive desanimada durante dias, não comia nem dormia direito, não queria ir à aula. Tudo em razão de um trabalho com apresentação fracassada. Se eu tivesse me esforçado mais... Sendo assim, novamente pensei em desistir. Parece que desistir é a melhor saída para extinguir minhas preocupações. Contrariamente a isso, sei que desistir seria o começo de todas elas. Faço o curso que quero, portanto, me preocupo apenas com ele. Mas se eu desistir e pensar que escapar de responsabilidades me fará bem, com certeza, essas preocupações se multiplicariam e isso não seria algo inteligente de se fazer. O enfrentamento nos fortalece.
Essa apresentação que resultou em fracasso, não foi tão prejudicada, apenas eu não estudei o texto o suficiente para expor as explicações ou contradições nele contidas. Ela não era avaliativa, apenas um ensaio para a próxima que será. Ainda assim, senti-me mal antes de começá-la e quando iniciei fiquei pior. O nervosismo tomou conta de minhas mãos, pernas e mente e tive, por consequência, o vulgo "branco". Como eu não havia me preparado o bastante, com aquela aflição cada vez mais intensa, a explicação fluía com menos coerência. Minhas palavras saíam gaguejadas ou de modo automático. Devido a bagagem de experiência que a professora possui, não tardaria a perceber o meu despreparo. Então, tal como já esperava, ela notou e sugeriu a mim uma reapresentação.
Desde esse momento, minha autoestima despencou, meu ânimo de estudar desapareceu e as noites eram tortuosas, pois, além de mal dormidas, eu pensava: "Nesse tempo que vou dormir, eu poderia estudar." Imaginar-me naquele mesmo lugar pela segunda vez, por desinteresse meu, era humilhante. No entanto, dormia, porque me obrigava a acordar cedo no dia seguinte. Li, reli, pesquisei, obtive mais conhecimento sobre a autora e seu objetivo ao produzir o texto. Foi uma experiência muito interessante, tendo-se em mente a minha ansiedade.
Chegado o dia, hoje, nervosa, mas confiante, conversei com a professora sobre a aula passada. Foi um ato corajoso declarar a minha falta de preparo. Atenta às minhas reprovações comigo mesma, ela exemplificava com situações de sua própria experiência acadêmica e isso bastou para me deixar segura. Depois disso, comecei a minha apresentação, tentei explicar o conteúdo de forma mais acessível ao entendimento mútuo, despreocupando-me das nomenclaturas (grande problema para mim) e demonstrei domínio do assunto. No final, a professora fez-me algumas perguntas, busquei respondê-las sucintamente e isso a satisfez.
Então, quem concorda que "tudo é passageiro (menos o cobrador e o motorista - piadinha velha)", ou "tudo que é bom tem seu lado ruim ou, ainda, tudo que é ruim tem seu lado bom", entende a minha situação. Ao verificar que o meu despreparo acarretou essa série de reações em mim, inclusive a neurose em "sair do texto", pude ver o quão valioso foi. Só assim percebi que preciso estar segura de mim quando me dispuser a fazer uma apresentação, não só acadêmica, mas em geral, porque meu humor é prejudicado de maneira feroz. Aliás, se não fosse a oportunidade dada pela professora para reapresentar, talvez eu ficasse apenas em reflexões e não resgataria minha autoestima tão rapidamente.
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