domingo, 4 de dezembro de 2011

Maturidade

Sentada à mesa, num ato reflexivo, escrevo meu post de aniversário. Começar o dia recebendo saudações de aniversário é bom. No entanto, começar o dia ciente de que está ficando mais velha, é desconcertante, nem que seja imperceptível aos olhares dos saudadores. Há quem diga, além da minha própria mente falante, que estou ficando velha e cada vez mais precisando ter responsabilidade. Não que tal virtude me falte, mas tudo ao redor se transforma: desde o vocabulário até o modo de agir.
Quando tinha apenas quinze anos eu não sabia o que era ter responsabilidade, meus dias eram gastos em atividades infantis, atitudes próprias de uma adolescente naquela época. Ao completar dezoito, percebi que ainda era aceitável a presença dos pais nas minhas decisões de um modo geral e o que eu escolhesse haveria, impreterivelmente, a interferência das opiniões deles. Entretanto notei que nesse ano, com meus dezenove, a maior parte das decisões foi aceita por mim, sem que houvesse a costumeira sugestão direta dos meus responsáveis. 
Sei que sempre, até mesmo porque meus pais dizem, eles me considerarão a menininha, não por ser a caçula ou a menina da casa, mas por simplesmente ser a filha deles. Sei também que as minhas decisões um dia ou outro necessitarão do ponto de vista de alguém experiente. Há dias que sinto essa necessidade de conversar sobre assuntos banais e, no fim, quase que despropositadamente, eu peço auxílio a eles. Na verdade, oscilo entre pedir ou não pedir conselho porque meus pais são o meu maior tesouro e o que eles me falam, de algum modo, me acrescenta.
Então, repleta de conselhos e opiniões dos meus mestres, sei que ficar velha não é só um fenômeno físico, mas psíquico também. Não significa, todavia, que deixo de errar, significa que, quando erro, sei me defender como adulta. Inevitavelmente, um dia o aprendiz deixará seu mestre para seguir seu rumo, bastar-lhe-á apenas o que ele viu, ouviu e assimilou.

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