sábado, 13 de outubro de 2012

Seriedade em extinção

Sábado seria o dia mais propício para as pessoas se reunirem e trocarem ideias, visando à implementação de benefícios aos estudantes, bem como maior valorização da educação. Não só devido aos acontecimentos recentes, mas também pelo todo, pelas partem que compõem esse processo de crescimento do país. Os acadêmicos e as acadêmicas decidiram formar um grupo, com postagens diárias numa rede social, atualizando os membros das discussões, decisões, posicionamentos e o que fosse conveniente para progredir.
Esse grupo, composto por jovens de vários cursos (Geografia, História, Letras, Jornalismo, Artes, Serviço Social), decidiu marcar reuniões presenciais. Na Universidade ou residência, avistava-se um aglomerado de sujeitos em busca de melhorias. Cada um dando o seu palpite, o seu acréscimo. Havia o relator encarregado de anotar por completo o que se sucedia: leituras, ressalvas, críticas, mudanças, planos. Assim, o retorno deveria atingir a todos os componentes, que estivessem ou não presentes.
Eu, como representante do curso de Letras, propus-me a participar dessas reuniões e a acompanhar as publicações. Confesso que não possuo presença integral, nem pela Internet e nem presencialmente e isso me causava constrangimento. O peso estava se tornando cada vez maior na minha consciência à medida que esses/as acadêmicos/as se encontravam e eu não comparecia. A responsabilidade de ter aceitado uma proposta e não saber carregá-la decentemente me fez, enfim, sacudir a poeira e tomar outra atitude. A esperada desde o início.
A reunião havia sido marcada muito antes de eu poder agendar alguma coisa. Não havia justificativa que me pusesse na classe das vítimas. Por todos os lados, eu era atacada. Minhas personalidades estavam tentando me sufocar. Diziam-me que o primeiro passo aconteceria somente quando eu me decidisse a dá-lo. Os meus argumentos abafavam-se maquinalmente, os olhos súplicos e cheios de culpa. As paredes do meu quarto eram as minhas únicas confidentes assíduas e as músicas um meio de viajar.
Na hora estabelecida por comum acordo, minha amiga se encontraria comigo. Fomos caminhando até o endereço informado pelo grupo. O dono da casa, muito solícito, emprestou-nos computador, notebook, espaço de um modo acolhedor e amigo. Iniciamos com conversas a respeito da reunião e meia hora depois enrolamos os assuntos, desde Photoshop à pão com vina. Coisas de Ponta-Grossense. Até arrisquei-me a cozinhar! Sei que a experiência valeu, assim como a excelente amizade que adicionei ao meu círculo social graças às piadas maldosas, aos palavrões proferidos e às gargalhadas. O que um copo de guaraná faz com três jovens revolucionários, sinceramente, nem Freud explica. O pai da psicanálise temeria aceitar uma xícara de café fraco e frio por não saber o que ele implica nas mentes insanas.

Um comentário:

  1. O dono da casa, muito solícito - que bom q sou solicito ^^ ksoksosk - adorei as novas amizades também, e o café, foi quase um Café de Ca**** ou de Su*****...

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