quarta-feira, 8 de maio de 2013

Efêmero

Para quem não está habituado a tais situações, até que tudo bem passar a noite dormindo no sofá e ter uma carga horária de sono pelo período de quatro horas. Eu até considero enfrentar esses sacrifícios em nome da fase universitária que eu mesma escolhi para mim. Ruim é lembrar que dormir mal só fica pior se o inverno mostrar as caras. No meu caso, ele não só se apresentou como também me fez despertar tremendo às sete horas da manhã.
Tudo bem ver dois animaizinhos se atacando na minha frente e sentir vontade de apartá-los. Tudo bem ouvir logo depois o sermão da mãe porque eu poderia ter sido mordida por um deles. Eu até consigo recordar-me de suas palavras com tamanha clareza que me transporto para o exato momento em que foram proferidas. O bom é ter saído ilesa da briga e não vejo mal algum separar dois seres indefesos, movidos pelo instinto, embora eu estivesse me arriscando. Um susto e nada mais.
Tudo bem estar praticamente hibernando na sala de aula enquanto o conteúdo é explicado em dois idiomas. Tudo bem saber que a nota da prova não foi boa o bastante ao ponto de me tranquilizar. Eu até aceito aqueles números como sinal da minha falta de dedicação, só assim reconheço que uma parte do meu curso começa a se distanciar de mim. Embora eu quisesse ter mais facilidade para desenvolvê-la, essa constatação me possibilita ter mais domínio sobre a parte que eu já pesquiso. Nem por isso acho decepcionante, pois decepcionante é uma palavra que depende do ponto de vista e confesso que o meu está se esforçando para rejeitá-la.
Contudo, a perseverança entra em declínio quando o melhor fone de ouvido se despedaça no mesmo dia em que aquele pen-drive da pasta com músicas selecionadas some. Estou convencida de que não fica nada bem quando o que é banal se une ao que aconteceu ao longo do dia. O causador desse efeito é a acumulação do quase nada que se formou num todo significativo. Está tudo bem, só é o dia, e o dia é efêmero.

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