Ao pensar que estamos em uma época fria, com muito vento e sujeita à neve, eu me lembrei do verão e da sensação térmica que ele carrega. É mais agradável dormir em uma noite fresca, com roupas leves do que virar um bolo de cobertores, pois o amanhecer parece ser natural, sem peso ou culpa em deixar o travesseiro sozinho. O calor da cidade de Ponta Grossa está totalmente dentro dos padrões que meu sistema imunológico se adapta.
Por outro lado, a estação avessa faz com que eu tenha fortes dores de ouvido, pele ressecada, preguiça, sono e pés gelados. Estes últimos só reafirmam as minhas reclamações acerca do clima quando se mostram desconfortáveis por se assemelharem às pedras de gelo, com a exceção de permanecerem congelados. Ainda não tive a infelicidade de chegar à situação de resfriado ou gripe neste ano, mesmo assim, não gosto do frio e nem do falso atributo de elegância que ele traz.
Depois de refletir sobre o impacto que as estações têm em mim e no meu humor, lembrei-me dos insetos que invadem a casa na época mais quente. As asas que se despregam de seus corpos ficam caídas por toda parte e dificultam a limpeza rápida da casa. Embora seja um ponto positivo no inverno, não consegui me esquecer daqueles pequenos besouros coloridos; das formigas carregando um pedaço de folha; e até mesmo desses insetos voadores que deixam um sinal de sua presença. Eles desaparecem no inverno e acentuam a paisagem cinzenta. A alegria consiste em seu retorno, quando eles ressuscitam e conseguem despertar em mim o sentimento de liberdade enquanto voam. É como se o sufocamento do inverno passasse no instante em que vejo algum deles parado na cortina do meu quarto; ou vários deles.
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