Hoje estou me sentindo diferente, possivelmente porque terminei uma resenha; li uns capítulos de um livro e, por coincidência, resgatei algo que me desgastava por não lembrá-lo (obviamente); ouvi rock (sim, faz diferença); contemplei e sofri a mudança de temperatura do dia enquanto tomava café e mirava a rua de minha casa; e excluí uns e-mails indesejáveis.
A resenha, na verdade, está sujeita a alterações, mas saber que ela está na reta final é um avanço. A supracitada lembrança refere-se a um nome de um personagem histórico que minha memória não havia gravado e eu me sentia impotente por isso. Já as músicas do AC/DC, Guns'n'Roses e Pink Floyd, fizeram-me agir como uma adolescente que descobre ter uma guitarra, só que imaginária. Flagrei-me algumas vezes, enquanto fazia minhas anotações, remexendo-me no ritmo das músicas. Sempre estudei ouvindo música porque consigo me concentrar melhor, excetuando esses instantes de empolgação. Agora, pensar na alteração de clima foi a coisa mais poética: enquanto a fumaça do café subia, ela ia desenhando formas onduladas sobre a imagem da rua de casa. Descrever é tarefa árdua, eu sei, ao menos optei pela tentativa. O clima frio e o café estão tão interligados que nem me sinto no direito de fazer qualquer reclamação quando estou em casa. Sobretudo porque no Verão, ainda que seja a minha estação preferida, não se tem esse privilégio de tomar um café deliciosamente quente.
A seriedade que o Inverno me faz ter nas ruas, no entanto, é imensurável. As mãos insuportavelmente frias e o corpo naquele ato involuntário e indominável de tremelicar me tiram metade da positividade. Enfrentar o ônibus nessas condições me faz lamentar todas as manhãs, tardes e noites, e mesmo assim, eu tento reiterar a ideia de que um dia vou ter um carro e (quase) todos os problemas serão resolvidos.
Afinal, é como se meu carro assumisse o posto de casa, só que portátil. Nele me aquecerei e até mesmo poderei estar munida de mais uma blusa. No meu carro serei livre para ouvir meus rocks sem precisar enfrentar superlotação e algazarra. Farei minhas leituras e recuperarei lembranças de nomes de personagens históricos cada vez que, porventura, existir algum congestionamento e, também, excluirei outros e-mails indesejáveis. Só não posso abaixar o vidro, com uma xícara de café nas mãos e dizer: eu notei que o dia mudou de humor...
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