domingo, 27 de maio de 2012

Sexto sentido

Estava tudo combinado: minha amiga e eu iríamos a um show no Centro de Eventos. Além de nós, mais duas meninas da universidade também falaram que estariam lá. Afinal, o valor dos ingressos estava uma maravilha e mesmo pensando nas muitas pessoas que poderiam estar presentes, eu havia me decidido em ir. Caso eu não me agradasse com quem visse, era só fugir.
Como é domingo, a quantidade de ônibus que circula pelo bairro diminui e consequentemente aparece um a cada meia hora. Minha amiga já estava me esperando em frente ao portão quando eu saí de casa. Fui ao encontro dela muito sorridente, pois é tão bom compartilhar esses momentos com quem realmente gostamos. Depois de nos cumprimentarmos, recordei-a de que os horários são avessos aos quais estamos acostumadas e que deveríamos ter paciência. Nem bem parei de falar, o ônibus passou. Tal qual foi o susto e sem pensar duas vezes, saímos em disparada! Foi muita coincidência!
Com os cabelos desalinhados, sem fôlego e, não sei como, rindo, conseguimos embarcar. No caminho, ficamos imaginando como e quem estaria no show. Já no terminal, fiquei conversando com ela num lugar onde certamente o qual nos transportaria até o Centro de Eventos não parava. Havia muita gente bem arrumada, julgamos que era devido ao show. Essas pessoas seguiam em direção de uma multidão. Temendo que nossas suspeitas fossem verdadeiras, interrogamos um fiscal a respeito dos ônibus que iam próximos ao nosso destino. Esse fiscal nos alertou de que o carro especial estava chegando e em menos de cinco minutos, estávamos sentadas comodamente a caminho no carro especial. Na verdade, era um  transporte público como os outros só que com a inscrição Centro de Eventos no lugar do nome da vila: quanta especialidade!
Chegamos, finalmente. Durante as cinco horas que ficamos lá, não vi ninguém que nos desagradasse. Após tirarmos fotos, andarmos, rirmos, fazermos algumas amizades, calculamos estar na hora de voltar para casa. Só que existia um pequeno detalhe: qual era a localização do ponto de embarque na vila Santa Terezinha? Quando um dos guardas foi solicitado a responder tal pergunta, ele começou a explicar minuciosamente. Nesse meio tempo, um ônibus dobrava a esquina. Era justamente naquele que deveríamos embarcar. Agradeci o informante e corri o mais depressa para não ficar naquele frio durante meia hora. Só depois de ter chegado a tempo percebi o meu grau de desespero e sua falta de necessidade, afinal havia muitas pessoas que já estavam no aguardo. Assim que todas entrassem, já haveria corrido meia hora.
Infelizmente, desta vez, não achamos assento disponível e voltamos em pé mesmo. Porém, não foi de todo desconfortável: não havia superlotação, não aquela que imaginamos ter. Voltamos sãs e salvas para casa. Com fome e frio, mas sãs e salvas. Comentei com a minha amiga acerca da exatidão dos horários em que decidimos lembrar-nos dos ônibus. Quase um sexto sentido. Causa-me certo abalo em pensar que na quarta-feira haverá greve, pois desde o início do curso de graduação, o ônibus foi cenário de muitas coisas. Essa é só mais uma delas. É quase que em todos os dias houvesse uma história para contar. 

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