Ao mesmo tempo em que tento fugir de mim me conheço mais. Algumas pessoas tentam me convencer de que o meu temperamento difícil vai me atrapalhar e mesmo assim, às escondidas, dou de ombros. Afinal, acredito piamente que não vale a pena mudar para satisfazer outro ser. Altruísmo já foi meu forte há muito tempo e agora tenho asco em cogitá-lo como minha "virtude". Na tentativa de agradar alguém contradizendo aos meus próprios anseios é como se eu me depreciasse. Muitos querem ter amor verdadeiro e para a vida toda, eu já tenho: o amor-próprio.
Incontestavelmente, o amor-próprio é recíproco, verdadeiro e eterno. A partir do momento em que amamos a nós mesmos, somos admirados e nos admiramos, pois andamos sempre de queixo para cima. Não é ser boçal, é ser autêntico num mundo que contempla imagens editadas graficamente. É desprender-se de frases (verbais ou não) que dizem ser impossível existir a felicidade quando se está sozinho. Todavia, amar a si mesmo já é estar junto de alguém. Ainda que sejamos seres sociais não implica que devemos sempre sê-los. Um silêncio nos faz tão bem quando queremos relaxar. O espaço que é preenchido pelo vazio, às vezes, faz-se necessário.
Por isso, não me considero responsável pelo que cativo, eu não quis cativar nada. Ao procurar maneiras para desculpar alguém, determinado pensamento me comanda. Hoje ele é tão meu quanto o egoísmo que descobri ter e ambos me impedem de agir a favor do alheio quando há vacilo. Se eu vacilar, entretanto, esse mesmo pensamento se metamorfoseia. A carga que ele adquire quando eu sou o assunto me é profícua. Afinal eu me aceito, ontem, hoje e amanhã. O fato de não ouvir a minha voz me possibilita decodificar o silêncio. Torno-me próxima de mim a cada dia e se isso é sinômino de temperamento difícil, paciência.
Essa história de somos responsáveis por aquilo que cativamos é realmente um saco. Somos responsáveis única e exclusivamente pelo que somos, não pelo que as pessoas querem ver. Mudar pelo outro é o suicídio mais idiota de todos. ótimo texto.
ResponderExcluirNos Amar em primeiro, e se necessário, único lugar. Amor próprio é o primeiro passo para o Amor ao próximo.
ResponderExcluirBelo texto, amada! E pode deixar, eu não a culpo por me cativar. ;)