domingo, 25 de dezembro de 2011

Então é Natal!

Pois é, mais um Natal feliz com a família. Desejar a todos os mais sinceros votos de felicidade, saúde, prosperidade, enfim, tudo o que há de bom. Começar o dia bem; abrir as portas para a alegria; comemorar o nascimento de Jesus Cristo, o nosso Salvador. "Essa é a ideia" - como diz uma amiga minha - apesar de muitas pessoas apenas se preocuparem com presentes. O maior presente está em nós mesmos, nos nossos atos, palavras. Natal é todo dia! Ou vai discordar que Cristo está em você quando ajuda alguém, ou fala Dele ou segue Seus conselhos? Impossível discordar também que o Natal, especificamente do dia vinte e cinco de dezembro, seja apenas mais uma data para se fazer o bem. Preste atenção "mais uma data". Isso significa que em todos os dias são necessários: uma palavra amiga, um olhar atento, um papo cabeça, um comentário engraçado, uma gargalhada, um passeio no campo, uma bagunça, uma festa, um abraço e tudo o que pode fazer com que as pessoas tenham vontade de sorrir, de viver. Até mesmo um presente que ninguém espera. Quem disse que só se ganha presente em datas comemorativas? Não é surpreendente quando alguém te presenteia sem aviso prévio? Claro que é. Então por que esperar chegar o final do ano para ser educado, feliz e presentear os outros? Desperdice essas qualidades ao longo do ano, pois, como já comentei, o presente pode estar em você e nunca é demais agir bem. Não é o preço que faz o presente, é a necessidade. Mesmo assim, depois de todo esse discurso, conforme a Igreja Católica, é a comemoração do nascimento de Jesus e, por isso, não podemos nos esquecer de desejar um Feliz Natal. Aqui vai o meu: um Feliz Natal a você e à sua família!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Atuação

Minha vida nunca foi uma bagunça. Sempre busquei fazer o melhor dela. Tentei escrever palavras suaves nas páginas do meu livro. Todos nós possuímos o nosso livro. Tem gente, porém, que escreve o desnecessário ou até mesmo rasga as folhas deste livro. O livro da vida. As poucas linhas que escrevi, gostei, no entanto, acredito que há muito ainda o que escrever. Não só pelo tempo e espaço, é também devido aos personagens que tenho de incluir. Excluir.  
Cada página está delicadamente constituída por boas personagens. Personagens que desde o início deste livro apareceram. Elas atuam de maneira indispensável na edificação da história propriamente dita e em seu sentido. Há outras que eu mesma escalei para fazerem parte desta história: umas ficaram e outras querem desaparecer. Muitas histórias são assim: fáceis de contar, complexas na compreensão. Tramas, cenários e falas são fatores que contribuem para a narrativa ser simples ao mesmo tempo em que ela é permeada por ações vingativas. Vingança da personagem principal. Trata-se do seu livro, de sua história. Da vingança contra ela mesma.  
Descrever personagem por personagem não traria a história, por isso nem perderei meu tempo com isso. Entretanto, resumir a história ainda me é impossível, pois ela está na metade. Tenho conhecimento de alguns leitores desta mesma história que esperam que ela siga a mesma linha, objetiva, feliz e clichê. Outros preferem que a personagem principal mude seu jeito e radicalize. Há ainda aqueles leitores que anseiam por sua derrota. Sempre tem.  
Contudo meu intento é conduzir, como protagonista, os leitores sob meu ponto de vista. Que eles não esperem uma história inovadora. A autora, bem como a própria atuante, faz de suas páginas as mais bem escritas. Por mais vingativa que ela seja, os capítulos são extasiantes, intensos e felizes e ela sabe disso, embora algumas decepções estejam ocorrendo na exata parte em que estou. Ainda assim, leitores, não se desesperem se parecer uma narrativa sem nexo, sem sensatez. Há quem não saiba compor uma boa narrativa, desatendendo aos seus expectadores, mas ao menos essa personagem faz sua vida, seu livro, parecer mais leve para conduzir. Pois como toda boa atriz, ela sabe sorrir.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Facebook

Passear com a melhor amiga é uma dádiva. Ela te ouve, ela te elogia, te critica, te esnoba, mas te ama! É extremamente interessante perambular as ruas de Ponta Grossa com essa pessoa. Eu me considero alguém que fala de muitas coisas, ainda que superficialmente. Ela, no entanto, fala de determinados assuntos com tanta profundidade, com tanta persistência que o interlocutor acaba conhecendo o mundo do locutor apenas por meio de algumas explanações profissionais. O dia, então, se resumiu nisso: eu falando e ela anexando os meus comentários sucintos às suas práticas escolares discorrendo sobre elas.
Minto. Nosso dia não se resumiu nisso. Houve um momento em que nossos olhos se entrecruzaram ao ver um conhecido do Facebook. O quê? Isso mesmo. Alguém que ela tentou adicionar na rede de amigos e ele não aceitou. Engraçado só por isso, mas mesmo assim, não o suficientemente verdadeiro. Depois do susto, isto é, conhecer alguém que provavelmente não nos conhece, vieram as risadas. Eu, principalmente. Ri porque, além de gostar de rir, mencionei o nome do sujeito frente a ele, o qual nos mirou por alguns segundos. Obviamente o "conhecido" nem se deu conta da emboscada ali travada. Um episódio muito divertido e que só duas pessoas que têm segredos enfrentam, pois se eu não soubesse de alguns fatos omissos ele não teria sentido algum para nós. Levando em consideração, também, a minha capacidade para tornar as situações mais surreais do que elas já são, claro!
Parece não ser digno de tamanho apreço, ao ponto de rir, porque hoje em dia é até comum conhecer alguém do Facebook sem ser conhecido. Todavia, como já mencionei, a situação é mais do que surreal por outros fatores não expostos. Fatores que não precisam e nem devem ser apresentados e justamente são essas as razões que tornam a situação engraçada. Por isso afirmo que a vida pode não estar aquela maravilha, em completa perfeição, porém quando estamos na companhia de alguém que compartilha tais incidentes fortuitos, torna-a bem melhor e consegue inteirar a lacuna existente.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vazio

"Finalmente eu estava tendo o que desejei durante todos esses anos. Só que agora, que tinha conseguido o que queria, estava me sentindo tão vazio quanto aquela piscina maltratada onde os meus pés balançavam." -- O Caçador de Pipas

domingo, 4 de dezembro de 2011

Maturidade

Sentada à mesa, num ato reflexivo, escrevo meu post de aniversário. Começar o dia recebendo saudações de aniversário é bom. No entanto, começar o dia ciente de que está ficando mais velha, é desconcertante, nem que seja imperceptível aos olhares dos saudadores. Há quem diga, além da minha própria mente falante, que estou ficando velha e cada vez mais precisando ter responsabilidade. Não que tal virtude me falte, mas tudo ao redor se transforma: desde o vocabulário até o modo de agir.
Quando tinha apenas quinze anos eu não sabia o que era ter responsabilidade, meus dias eram gastos em atividades infantis, atitudes próprias de uma adolescente naquela época. Ao completar dezoito, percebi que ainda era aceitável a presença dos pais nas minhas decisões de um modo geral e o que eu escolhesse haveria, impreterivelmente, a interferência das opiniões deles. Entretanto notei que nesse ano, com meus dezenove, a maior parte das decisões foi aceita por mim, sem que houvesse a costumeira sugestão direta dos meus responsáveis. 
Sei que sempre, até mesmo porque meus pais dizem, eles me considerarão a menininha, não por ser a caçula ou a menina da casa, mas por simplesmente ser a filha deles. Sei também que as minhas decisões um dia ou outro necessitarão do ponto de vista de alguém experiente. Há dias que sinto essa necessidade de conversar sobre assuntos banais e, no fim, quase que despropositadamente, eu peço auxílio a eles. Na verdade, oscilo entre pedir ou não pedir conselho porque meus pais são o meu maior tesouro e o que eles me falam, de algum modo, me acrescenta.
Então, repleta de conselhos e opiniões dos meus mestres, sei que ficar velha não é só um fenômeno físico, mas psíquico também. Não significa, todavia, que deixo de errar, significa que, quando erro, sei me defender como adulta. Inevitavelmente, um dia o aprendiz deixará seu mestre para seguir seu rumo, bastar-lhe-á apenas o que ele viu, ouviu e assimilou.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Show

Habituada com todas as sextas-feiras, não esperei algo de novo nessa que passou. Além de acordar cedo e ter aula, havia também um espetáculo de literatura clássica na universidade. Talvez fosse o primeiro sinal de que o dia seria diferente, mas, ainda assim, não percebi. Combinei com minhas amigas de irmos assistir a peça de teatro que ocorreria exatamente no mesmo horário da primeira aula. Estava cansada o bastante para assistir à uma aula que havia quitado todas as atividades avaliativas. As minhas amigas por serem de outra turma foram  dispensadas pelo professor, o qual colaborou com nosso plano. Fomos à apresentação teatral e rimos muito, realmente muito boa!
Terminada a peça, decidimos voltar para a casa. Para mim seria simples, pois a professora das aulas do segundo horário também havia-nos dispensado. Entretanto, desacostumada à inércia, convidei a minha amiga, que também é minha vizinha, confidente, companheira, para passearmos no shopping, já que as outras tinham compromissos e recusaram o convite. Ela, no entanto, aceitou, pois desde que comecei a trabalhar nossas conversas se reduziram a tal ponto de ela ficar depressiva. Ela percorreu o pátio de entrada do shopping com tamanha satisfação, sentamo-nos por um tempo no primeiro banco que encontramos e conversamos. Há quanto tempo não conversávamos assim tão tranquilamente? Descansadas, decidimos, de fato, passear. Senti-me como se eu estivesse no ensino médio: parei em vitrines, sonhei que usava tal peça de roupa. Aliás, não só eu, minha amiga também. Mas ao olharmos o valor de tais peças maravilhosas, recordamo-nos das duas acadêmicas falidas que somos em razão das meras fotocópias com validade de um ano e que esse tipo de luxo ainda não está ao nosso alcance. Enfim, depois desses desapontamentos, decidimos ir à praça de alimentação, pelo menos lá o preço é aparentemente alcançável. Quimeras!  
Um milk-shake para ela e um sorvete para mim não bastaram para saciar os nossos olhos, porque àquela altura a fome não estava em primeiro plano. Resolvemos comprar uns salgados e para acompanhar um suco que, em seguida, foi dividido. Poxa, o preço é absurdo, tudo muito caro, o jeito é dividir. Insaciadas, mas conformadas com o bolso bem mais magro, após quatro horas de risadas, percebemos que já era tarde para duas acadêmicas falidas estarem num shopping e fomos caminhando até a saída. Nesse caminho, minha amiga vê de vislumbre o nome de um cacau que é show e convida a outra criatura para segui-la e comprar um bombom. Persuadida com aquela fragrância achocolatada do ambiente (o que é propositadamente feito), comprei um bombom para mim também: foram dois bombons! Como já comentei, desacostumada à inércia, ainda assim, sentei-me do lado da minha companhia e devoramos o chocolate. Amedrontada com mais uma proposta financeira, recorri ao falso desespero e solicitei que fôssemos embora urgentemente. Não sei se por condicionamento, ela aceitou e, finalmente, num pestanejar estávamos em frente ao portão comentando o tal passeio.  
Gastei dinheiro, adquiri algumas calorias, cansei-me etc., mas nada pode pagar aquelas risadas, aquelas conversas e comentários. Aquele chocolate show. Agradeço a Deus por ter colocado pessoas assim no meu caminho, que veem felicidade nos pequenos instantes. Agradeço também a Ele por eu ser uma delas, pois, caso contrário, não estaria aqui registrando. Para quem não esperava coisa alguma de sexta-feira até que foi positivo, não é? Espero, todavia, que esse tipo de surpresa se demore num determinado espaço de tempo ou então terei que me tornar política.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Alheio

Em minha opinião, um dos atos mais admiráveis nas pessoas é a vontade de ajudar. Para não me estender, foco na vontade de ajudar em atividades dentro da sala de aula, pois esse é um dos objetivos da minha  futura profissão, senão o carro chefe. Não tem outro meio de uma profissão ser bem sucedida ao desvalorizar os próprios princípios: o querer ajudar. Não apenas transmitir informação, mas absorver as informações dos outros (professores e alunos!). Entretanto, o que impede o triunfo dessa profissão é o desinteresse cujo pode partir do "mestre" ou de seus "seguidores".
Há um mês tive a ventura de ser solicitada para ensinar língua inglesa a uma garotinha. O meu maior sonho é ensinar inglês, mesmo que seja para me decepcionar e dizer: "Isso não é para mim!". Por mais rebaixada que a profissão "professor" seja, eu quero enfrentar e não descansarei até que tal afirmação resulte da minha própria experiência. Não duvido dos professores que reclamam de salas superlotadas, crianças tagarelas, baixa remuneração, porém, só posso corroborar depois de enfrentá-los. Há professores que ainda veem algo positivo no ambiente escolar, embora façam parte da minoria. Eu os parabenizo. Agora, para os que só reclamam, é o seguinte: se cada pessoa crescesse com o sentimento de repulsa em relação a todos os comentários negativos, viveríamos em ócio. Não haveria mais esperança, pois se teria a ideia do que já deu errado. Por isso, poupem-me de comentários que intencionem o meu bloqueio.
Aliás, quando se tem um sonho para a realização profissional, não nos deixamos influenciar por engenheiros, médicos, doutores que tiveram sucesso. O que buscamos é a nossa realização profissional. Podemos até comentar que aquela ou outra profissão é mais remunerada, mas isso não significa que não se possa ser bem sucedido no que se escolheu. Por exemplo: um médico erra na dosagem de determinado medicamento e o paciente entra em óbito, o médico é exonerado e vai preso. Quantos casos parecidos nós ouvimos? Piores até. Nem por isso o curso de medicina deixou de ser o mais concorrido aqui na cidade. Estranho que jovens, em geral, de classe média, não deixaram ser influenciados. Estranho? Não. Persistência!
Ser professora é o que sempre quis, se estou equivocada ou sonhando alto, prefiro cair por mim mesma. Andar com meus próprios pés, mesmo que seja para tropeçar. É possível que nessa caminhada, eu aprenda com os tropeços e evite cair. Posso, também, apontar os atalhos, as pedras e árvores que produzem sombras, conveniente para o descanso, mas, ainda assim, não guiarei os passos de ninguém. Cada um precisa de independência, de liberdade, de experiência. No caso de valer a pena ou não, será um conceito individual. Por isso, essa outra vontade de ajudar me é inválida.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Turbulências

Acordar cedo e trabalhar, estudar à tarde e estudar. Essa é a rotina de quem um dia se propôs a escrever pelo menos uma vez por semana num blog. Em saber que a segunda-feira está chegando, meu alarme mental já me deixa em sinal de alerta, meus olhos ficam apreensivos e meu coração ansioso. Esse desassossego não se deve às dificuldades e perturbações que eu enfrento nas manhãs, mesmo porque estou no início ainda, mas devido ao cumprimento do horário estabelecido e as leituras do curso que devem estar em dia.
Posso ser chamada de insensata, por dois motivos: primeiro, porque neste ano já tenho muitas coisas para fazer, como já venho mencionando nos meus últimos posts; segundo, ano que vem terei o triplo de obrigações deste ano, desde estágios e elaboração de planos de aula, até a escolha do TCC. Considerando essas situações, acredito que trabalhar e estudar, por enquanto, está sendo conciliável, pois meu trabalho é voltado para um projeto de pesquisa com a mesma temática que pretendo seguir no meu TCC, embora os objetos de análise de um e outro sejam diferentes. De qualquer maneira, tal projeto me permite adquirir prática nesse âmbito, fazendo a escolha decisiva do assunto do trabalho de conclusão, tendo um considerável progresso do simples "pretexto".
Além disso, enquanto há a possibilidade de trabalhar numa sala individual, perto da Universidade, enriquecendo minha fundamentação teórica de modo assalariado, sem interferência negativa nos meus (prezados) estudos, estarei disponível. Aliás, minha orientadora é competente, sociável, e serve como inspiração para meus almejos profissionais. Quando ela se apresentou como nossa professora, eu pressenti que ela não nos decepcionaria, ou mais individualmente, não me decepcionaria. Desconsidere, caro leitor, a hipótese de bajulação da minha parte, pois essa professora não tomará nota desses elogios porque, além de viajar com frequência, ela se preocupa em obter qualificação, não fãs. Porém se acontecer, como foi comigo, é apenas uma consequência.
Enfim, trabalhar para alguém digno de ser imitado é um honra. Por isso, não me julgue insensata, fui eu quem escolheu trabalhar, estudar e postar no blog. Fazer reclamações é costumeiro da minha personalidade, bem como apontar os pontos negativos e pesá-los com os opostos. Inútil, portanto, seria tornar sábio que as minhas reflexões também circulam no momento em que tomo atitudes. Até então, tais escolhas não me desapontaram. Contudo, se perdi a noção do que é limite, não sei, mas que me fez bem agir em pleno horário de verão, é inquestionável, e confesso ter esquecido de colocar esse ponto positivo em questão. Resta-me agora aguardar o temido inverno.

sábado, 29 de outubro de 2011

Frankenstein de Mary Shelley

Agora há pouco assisti ao filme Frankenstein (1994), adaptação cinematográfica do livro homônimo de Mary Shelley. Por causa disso, estou sensivelmente abalada. Não pelas imagens de sangue, violência que nele contém, mas a essência do filme: quem vê cara, não vê coração.
Conheci a(s) obra(s) por meio da matéria optativa que faço, a qual possui enfoque em representações e autoras femininas da literatura. Essa matéria chama-se Literatura e Mulher. Um nome auto-explicativo, mas que não se limita apenas a esses enfoques, ao contrário, são paralelamente estudadas com obras de cunho masculino. Entretanto, a abordagem tem como objeto de estudo a mulher, unicamente. Essa matéria é dividida em cinco módulos nos quais se alternam literatura greco-romana, espanhola, inglesa, hispano-americana e, novamente, a inglesa. Assim, a oportunidade de conhecer Mary Wollstonecraft e sua filha Mary Shelley se deve à literatura inglesa, módulo III.
Nesse módulo discutiram-se as obras de Wollstonecraft e sua biografia. A ministrante tinha por intento apresentar-nos mais apuradamente a obra de Mary Shelley, Frankenstein, porém não foi possível, cabendo apenas a sugestão de leitura. Empolgada com a primeira autora, quis conhecer melhor a segunda, já que é a  sucessora, herdando, portanto, os dotes de escritora. Alojei-me no quarto e busquei o livro e o filme. Confesso que tentei ler o livro, no entanto, acostumada com a rapidez e praticidade de um filme, desisti e parti para a segunda opção. Três meses que o tenho no computador e só hoje me dei conta de que era possível. Gravei num dvd, sentei-me comodamente no sofá e, sozinha, assisti.
O filme começa calmo e tranquilo. Minha expectativa ao assistir Frankenstein era a de ver uma criatura horrível, destruindo casas, pessoas e tudo que viesse a frente. Não estive totalmente errada, pois se trata de um monstro, mas o que chama a atenção é o modo como as pessoas o recebem, sem ao menos darem-no uma chance para expressar-se. Aliás, o monstro não possui nome. Até então, ele tem bom coração: ajuda a uma família, que quando o vê, age de modo hostil. Para qual finalidade ser bom se enquanto feio para os "homens" é inválido? Julgam-no apenas pela aparência e ele sabe disso. Ao descobrir o seu criador, Dr. Victor Frankenstein, o monstro decide matá-lo por atribuir-lhe essa rejeição que os outros tem por ele. Apenas para aguçar a curiosidade: o fim é sensacional!
Será que agimos assim também? Embora seja uma ficção, questionei-me enquanto assistia, repensando os ditos "monstros" da minha vida. Aqueles dos quais fugi por julgar pela aparência. Às vezes um pré-conceito pode criar um monstro, mesmo que ele não esteja propenso para tal. Depois de criarmos, queremos destruí-lo, acrescentando-lhe as palavras mais depreciativas, modelando-o para ser perpetuamente maltratado. Todavia, caso ele se torne agressivo, dissimulamos e justificamos por ser um "coitado". Por fim, se ele matar a alguém, é um assassino. Contudo, ninguém pergunta o porquê. Afinal, quem é o monstro da história?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

VAMOS DAR UM TEMPO? - por Roberto Camargo

Tem gente que treme ao escutar essa frase. Outros vivem a pronunciá-la. Eu proponho o seguinte: Vamos dar um tempo para certas coisas, modas, expressões e comportamentos que já encheram o saco de tanto que se repetem? Por exemplo: um tempo para os crocs, para os sapatênis, pro gergelim (deixem-no para os passarinhos) e para a calça saruel, que tal? Acho que também já está na hora de dar um tempo para as redes sociais... E o stand up comedy? Vamos sentar para conversar? E que tal se aproveitássemos e déssemos um tempo também para o gerúndio, para os aplicativos do iPhone, para a Grazi Massafera e pra Ivete Sangalo? Elas fazem tantos comerciais que, não raro, passam seguidos dois de uma delas e dois da outra logo na sequência... Da mesma forma, a gente podia dar um tempo para os reality shows, para os programas de auditório, para as mulheres fruta, para o homem picanha (??) e para os termos galera, bora, bora lá, balada, ta ligado e, tipo assim: tipo. Vamos parar de uma vez por todas de falar “na verdade” e “com certeza”? Ah! Vamos dar um tempo pros cabelos do Neymar? E que tal darmos um tempo também para aqueles adesivos de familias na traseira dos carros? Ãh? E homem segurando a bolsa da mulher? Eu adoraria que toda, mas absolutamente to-da a humanidade parasse de fazer aquele coraçãozinho com as mãos! Ave Maria, nem a pomba da paz encheu tanto... Cantores e bandas deveriam ser proibidos de mandar o público sair do chão, tirar o pé do chão e de gritar: Quem gostou faz barulho aeee!!!Vamos dar um tempo para piadas velhas? E cutucadas no facebook, que tal darmos um tempo também? Vamos dar um tempo pro tomate seco? Deixa ele se re-hidratar, depois a gente conversa...Mas, se você fizer mesmo questão de comer algo seco, coma funghi. Ou, sei lá, a Deborah Secco... E o cream cheese na culinária japonesa, vamos dar um tempo? E braços cobertos de tatuagens, como se fosse uma manga? Sejam longas ou curtas, vamos dar um tempo? Ah! Vamos dar um tempo para pastores pregando na TV? E apresentadores de comerciais de varejão, que vendem tudo aos gritos, vamos dar um tempo? Vamos dar um tempo para o sertanejo universitário? Enfim, vamos dar um tempo para tudo o que abunda? E para o que já virou bunda também... E o pagamento? É só pra agosto!
Quase esqueço: Cachorros usando sapatinhos também não dá...



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Trezentos e sessenta graus

Passei por fortes emoções nessa última semana, ainda que não sejam graves, fizeram-me vacilar. Minha cabeça estava num transe insuportável. Quando colocava o meu pé para fora da porta, quem estava dentro da sala me elogiava dizendo que eu tinha que lutar. Outras vezes, porém, quando agia do mesmo modo, situações conspiravam para que eu continuasse, e em ambas eu permanecia dentro da sala. Não tinha coragem de jogar tudo pro alto como queria. Era um turbilhão de pensamentos se contrapondo.
Eu sei que, em alguma hora, a ansiedade se dissipa e a bonança chega. Entretanto, é penoso até isso acontecer. Ao passo que estive nessa gangorra de decisões, impedindo o progresso dos meus próprios anseios, deixei em confusão muitos dos que passaram por mim. Justificável seria se as propostas que permeavam todo esse raciocínio fossem, de fato, importantes. Mesmo assim, as escolhas que fiz me foram benéficas, pois não mudei de resposta, estagnei-me aos impulsos mecânicos e corriqueiros. Nada de radicalismo!
Um dia da semana, porém, comentei querer me tornar radical. Todavia, era uma mudança em que eu não me via nela, algo que nunca se refletiria como poderia esperar. A mudança não faria o efeito que eu queria causar, por isso, era desnecessária. Magoada, tentei me olhar no espelho e ver aquela que sorri por coisas bobas; aquela que não chora à toa evitando mostrar ser insegura; aquela que se olha no espelho e não procura pela outra, por já sê-la. Percebi, então, a minha necessidade: ser apenas aquela que havia dentro de mim. Não precisava mudar, pois ser radical não me acrescentaria, bastava me reencontrar. Supostamente solucionado, agi.
Abandonei os meus próprios alvitres radicais. Desfiz a minha carranca, sabendo que o desfecho disso tudo se daria simplesmente por mim mesma. Não havia razão de me rebelar! Em busca de melhoras, decidi por esquecer meus defeitos. Confesso que encontrei certa dificuldade em guardá-los na gaveta e seguir em direção à verdade despida deles. Pode-se dizer um ato de coragem para quem se acostumou a carregá-los consigo, mas valeu a pena enquanto estavam guardados. Agora, o peso deles não me faz diferença, porque sei que posso suportá-lo. O peso que sempre carreguei e que sempre fora meu.

domingo, 16 de outubro de 2011

Transparente

Sempre achei que fazendo perguntas e tentando saná-las seria um modo de sobreviver. Ainda que algumas delas possam não ter resposta, eu ainda vivo nesse infindável interrogatório. Muitas dessas perguntas eu já esqueci, outras não atribuo tanta importância e, certamente, há muitas que ainda serão o meu tormento. Permaneço, porém, inquieta, mesmo sabendo que não obterei muitas respostas ou se eu as tiver não me satisfarão. Por que então busco algo que parece ser impossível?
Gradativamente, navego com essa minha vitalidade, transportando algumas respostas de feição duvidosa, mas o bastante para me servirem de consolo. Quase que instantaneamente, me sinto calma e leve, flutuo durante dias. Entre uma onda e outra, reproduziam-se movimentos sincrônicos que a minha vista embaçada não pôde contemplá-los. Noto que estou me afogando no instante em que a maior onda se atira sobre mim devolvendo-me a visão mais pura. Pedaços de ilusões sobre as águas ondulam ao meu lado. Olho as imensas águas ao longe como prova do engano, de que há muito o quê descobrir e o espaço que outrora ocupei era minúsculo em comparação com o todo. Envergonho-me por ser tão estúpida em acreditar que meu pensamento poderia abranger a imensidão daquelas águas, ainda que de modo abstrato.
Impossível não é acreditar nessas águas e nas suas maravilhas, mas abraçá-las e ter o domínio delas. Proferir algo como "São imensas!" é o mínimo que conseguimos fazer como um ato de saudá-las, pois percorrê-las e achar que as conhece é uma fantasia boba. Como domar tal grandeza, sendo que somos parte dela? Não conhecemos nem a nós mesmos, aquele que convivemos inevitavelmente juntos todos os dias, tal qual um fenômeno da natureza, que ora está calmo, ora em plena fúria. Além disso, infinito. Nós humanos somos limitados: o estudo em determinado ser nunca é satisfatório. Iludir-se que conhece a infinidade é ignorância.
Vemos o que queremos ver. Caso ache que a partícula da verdade possibilita inferi-la por inteiro, seja cauteloso com suas expectativas. Nossa imaginação é fluente desde que nascemos; seus frutos são traiçoeiros e originam de nossa experiência; alimentar tais situações acarreta a cegueira. Não me refiro à cegueira física que não se vê, mas aquela facultativa. Aquela que tem tudo diante dos olhos e insiste em ver absolutamente nada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Soma de Influências

Pensar é uma característica exclusiva do ser humano. Tem gente que faz mais uso, tem gente que faz menos, embora todos tenham essa capacidade. Não usamos nem metade desse dom, mas podemos chegar longe com esse pouco que aproveitamos. Conceitos e preferências estão alojados no nosso cérebro, prontos para aparecerem e nos guiarem. A partir deles é que se constroem as ideologias. Ou é das ideologias que eles se constroem?
Este assunto foi tema da aula de hoje. Boa parte do tempo a professora nos explicou a respeito da ideologia e o marxismo. Os alunos sedentos por conhecimento não mediram esforços para sanarem as dúvidas. Tentávamos, assim, absorver a essência do texto oral da professora, formando interdiscursos, assimilando com o nosso conhecimento de mundo. Depois disso, a professora nos sugeriu a leitura de alguns autores, tal como Bakhtin, que servem de base para os professores de língua materna.
Eu, curiosa como Sofia, menina de cinco anos que em outra oportunidade apresento-a, fui à biblioteca e emprestei a obra de Bakhtin "Marxismo e Filosofia da Linguagem". Enquanto estava com minhas amigas, comecei a lê-lo em voz alta e percebi o quanto me identifico com ele (mesmo que eu tenha lido apenas o prefácio). Primeiramente, ele usa o pseudônimo de Volochínov, atribuindo as suas obras a outro nome. Bakhtin teria professado que "um pensamento verdadeiramente inovador não tem necessidade, para assegurar sua duração, de ser assinado por seu autor". Particularmente, acho brilhante, pois a partir do momento que algo se torna inovador e é essencialmente importante, os pesquisadores da área irão a busca de mais conhecimento e descobrem o verdadeiro autor. Prova viva é a descoberta do uso do pseudônimo de Bakhtin.
Mas, voltando à leitura e ao conteúdo da aula, elas me fizeram perceber as diferenças existentes entre as pessoas. Somos diferentes desde a nossa aparência (vestimenta, expressão facial, cor e corte do cabelo, maneira de andar), até pequenos detalhes como a impressão digital, a velocidade de falar, nosso vocabulário e, por fim, o nosso pensamento. Justamente por sermos diferentes, somos semelhantes. Complicado, não? Cada um tem a sua ideologia, seu conhecimento de mundo, suas experiências, porém, a todo o momento somos influenciados por diferentes ideias. Por isso, uma soma de influências, as quais podem ser da família, da crença religiosa, das emoções ou devido a nossa própria racionalidade.
Ao mesmo tempo em que para muitos leitores a reunião de conceitos desse post pode ser pura charlatanice, para outros é filosofia. Por isso é importante sermos críticos e pensarmos de modo diferente, pois quando há dúvidas e contradições, há crescimento. Se não fossem as nossas díspares ideologias, dispensável seria o uso do blog, pois todas elas seriam autossuficientes. Qual a sua opinião?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Passadas Ligeiras

Outubro. Primavera. Namoro. Segundo Semestre. Trabalhos. Provas. Notas. Dor de cabeça. Essa é minha linha de pensamento. Permitindo-me o uso do chavão "esse ano passou tão rápido", declaro que a cada ano me surpreendo mais com sua brevidade. As horas parecem passar lentamente, os dias variam, mas os anos cada vez mais depressa. 
Não há motivo para pânico, desde que eu consiga fazer tudo o que os professores me pedem. Pensando bem, é motivo de pânico, sim. Vou ter que esquecer dessa velocidade dos anos e me apegar aos dias, já que eles supostamente se desenvolvem no tempo cronológico. Ainda assim, será que meu desespero decorre da quantidade dos trabalhos ou da qualidade deles nesse espaço de tempo, já que tenho data limite? Enquanto não obtenho resposta do meu subconsciente, perco-me em premissas, que, aliás, não são poucas. Por exemplo: tenho três livros para ler. Duas são leituras obrigatórias e a outra, portanto, é opcional, mas como sou aplicada, curiosa e metida à intelectual, quero ler todos. Sem contar nos filmes que tenho que assistir, e a esses não resta outra opção.
Desvirtuando do assunto acadêmico, esse é um mês muito especial para mim devido a vários fatores: primeiro, porque é primavera, logo chega o verão, minha estação favorita. Desde que eu tinha noção das estações eu aguardo essa época do ano chegar; segundo, porque é o mês em que se comemora o dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil concomitante ao Dia das Crianças. Esse dia me traz inúmeras boas lembranças de minha infância; e terceiro, porque é o mês de meu aniversário de namoro. Esta será a nossa terceira data juntos, isto é, dois anos.
Então, este mês possui maior carga positiva para mim. À medida em que os meses passam, a tendência é só melhorar. Outubro, Novembro, em que haverá dois feriados, e Dezembro, mês  do meu aniversário. Farei duas décadas neste ano, isso não é demais? Eu com vinte anos. Esperei tanto por este dia e ele me chega tão rápido que me arrependo de tê-lo esperado com tamanho entusiasmo. Se antes para mim era motivo de felicidade por ser "gente grande", agora é motivo de choro porque estou ficando velha. Essa não! Tudo por quê? Porque esses anos estão apressados!
Entretanto, o que vale é ter chegado aos vinte anos assim: em busca de mais realizações. Se os anos passam rapidamente não me interessa, o importante é ter chegado aonde cheguei com vontade de continuar caminhando. Mas, calma, aí! Ainda estou com dezenove anos. Antecipei-me pelo hábito da pressa. Ufa, menos mal, é apenas Outubro!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lei de Murphy

Se você acorda atrasado com o pé esquerdo, olha-se no espelho e vê uma espinha na ponta do nariz, lembra-se que é dia de apresentação de algum trabalho que você, obviamente não estudou, vai ao banho e sua mãe avisa que acabou a água, podes crer, não é teu dia de sorte! Contudo, para um dia ser ruim os fatores não necessariamente precisam estar explicitados.
Um dia lindo, com céu azul logo às 8h30 da manhã, temperatura agradável, sem trabalho algum para apresentar e o primeiro horário vago. Enfim, praticamente perfeito! Uma pessoa conhecida aparece no portão de minha casa para me acompanhar à universidade: a minha melhor amiga. Isso aconteceu no dia vinte e oito de setembro de dois mil e onze, mais precisamente às 13h.
A caminho da universidade, dentro do ônibus, essa pessoa comenta que havia me mandado um e-mail para avisar a repentina visita. Ela ainda fala que entrou no ônibus anterior achando que eu (a poderosa) já estaria no embarque e, percebendo o equívoco, desce dele para ir à minha casa com o único fim de ter minha companhia. Nesse trajeto, eu recebo três ligações, de outra amiga, convidando-me para ir ao evento que estava acontecendo. Havia palestras e mesas-redondas sobre um assunto que não me desperta interesse. Depois dessas ligações insistentes, eu compartilho ironicamente a minha vontade de participar desse tipo de evento e minha amiga declara que esse era outro propósito da sua aparição, isto é, acompanhá-la nesse evento.
Entretanto, eu, espertalhona, persuadi-a para ir à universidade comigo e mexer no computador, Internet etc. Lá estão as duas melhores amigas, lado a lado, conversando por msn. Ressalto que eu ia à universidade no horário habitual, mesmo não tendo a primeira aula, a fim de estudar. É perceptível que não se concretizou, ainda que minha amiga tivesse conhecimento disso! Mas para não desperdiçar tanto tempo "rindo" em frente ao computador da universidade, eu solicitei a ela que me acompanhasse até a biblioteca para emprestar alguns livros e estudar em casa.
Com o pedido aceito, vão as duas caminhando e conversando descontraidamente pelos corredores, comentários de duas jovens estudantes. Na biblioteca, ela então se empolga com os títulos dos livros, além de insultar-me com observações maldosas referentes ao meu curso. Num instante, ela começa a se apalpar descontroladamente e me pergunta: "Você viu meu celular?" Eu penso: "Ai, não! Não vá me dizer que o perdeu!" Mas respondo: "Não, por quê?" Ela: "Acho que o perdi!" Desse modo, a alegria desaparece sendo, assim, substituída pelo desespero da perda.
Fomos aos outros corredores da biblioteca para procurar o tal celular, voltamos a sala dos computadores e nada! Nenhuma pista sequer! Conversamos com todos os presentes (já que com todos os ausentes é impossível) informando o desaparecimento do celular. Cansadas, esgotadas, demo-nos por vencidas e não o achamos. Ela o perdeu!
Então, se você for a algum lugar que, supostamente, te acrescente intelectualmente, não se deixe persuadir por pessoas que, como eu, só pensam em si. Se ela tivesse ido ao evento, é bem provável que não teria experimentado a perda do mobile phone. Eu não estaria preocupada e isso não me serviria de inspiração para o blog. Dessa vez a Lei de Murphy falhou e falhou feio, pois tudo estava bem. 
Se não fosse o meu poder de persuasão...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Autoestima

­Estive desanimada durante dias, não comia nem dormia direito, não queria ir à aula. Tudo em razão de um trabalho com apresentação fracassada. Se eu tivesse me esforçado mais... Sendo assim, novamente pensei em desistir. Parece que desistir é a melhor saída para extinguir minhas preocupações. Contrariamente a isso, sei que desistir seria o começo de todas elas. Faço o curso que quero, portanto, me preocupo apenas com ele. Mas se eu desistir e pensar que escapar de responsabilidades me fará bem, com certeza, essas preocupações se multiplicariam e isso não seria algo inteligente de se fazer. O enfrentamento nos fortalece.
Essa apresentação que resultou em fracasso, não foi tão prejudicada, apenas eu não estudei o texto o suficiente para expor as explicações ou contradições nele contidas. Ela não era avaliativa, apenas um ensaio para a próxima que será. Ainda assim, senti-me mal antes de começá-la e quando iniciei fiquei pior. O nervosismo tomou conta de minhas mãos, pernas e mente e tive, por consequência, o vulgo "branco". Como eu não havia me preparado o bastante, com aquela aflição cada vez mais intensa, a explicação fluía com menos coerência. Minhas palavras saíam gaguejadas ou de modo automático. Devido a bagagem de experiência que a professora possui, não tardaria a perceber o meu despreparo. Então, tal como já esperava, ela notou e sugeriu a mim uma reapresentação.
Desde esse momento, minha autoestima despencou, meu ânimo de estudar desapareceu e as noites eram tortuosas, pois, além de mal dormidas, eu pensava: "Nesse tempo que vou dormir, eu poderia estudar." Imaginar-me naquele mesmo lugar pela segunda vez, por desinteresse meu, era humilhante. No entanto, dormia, porque me obrigava a acordar cedo no dia seguinte. Li, reli, pesquisei, obtive mais conhecimento sobre a autora e seu objetivo ao produzir o texto. Foi uma experiência muito interessante, tendo-se em mente a minha ansiedade.
Chegado o dia, hoje, nervosa, mas confiante, conversei com a professora sobre a aula passada. Foi um ato corajoso declarar a minha falta de preparo. Atenta às minhas reprovações comigo mesma, ela exemplificava com situações de sua própria experiência acadêmica e isso bastou para me deixar segura. Depois disso, comecei a minha apresentação, tentei explicar o conteúdo de forma mais acessível ao entendimento mútuo, despreocupando-me das nomenclaturas (grande problema para mim) e demonstrei domínio do assunto. No final, a professora fez-me algumas perguntas, busquei respondê-las sucintamente e isso a satisfez.
Então, quem concorda que "tudo é passageiro (menos o cobrador e o motorista - piadinha velha)", ou "tudo que é bom tem seu lado ruim ou, ainda, tudo que é ruim tem seu lado bom", entende a minha situação. Ao verificar que o meu despreparo acarretou essa série de reações em mim, inclusive a neurose em "sair do texto", pude ver o quão valioso foi. Só assim percebi que preciso estar segura de mim quando me dispuser a fazer uma apresentação, não só acadêmica, mas em geral, porque meu humor é prejudicado de maneira feroz. Aliás, se não fosse a oportunidade dada pela professora para reapresentar, talvez eu ficasse apenas em reflexões e não resgataria minha autoestima tão rapidamente.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Não dá nada!"

Na escola, desde o ensino fundamental, ouvi frases geniais como "não dá nada faltar a aula!". Notável é o quão uma pessoa é capaz de desconsiderar algo que nem todos possuem, o estudo. É tratado, portanto, como se fosse algo dispensável. Todos sabem que por onde quer que vamos, o que está apreendido, é sempre bem-vindo em qualquer oferta de trabalho. Mesmo assim, há jovens, particularmente as garotas, o gênero ao qual pertenço, que se preocupam mais com aparência do que com capacidade intelectual. Agora, pensemos juntos: O que serão da vida as meninas "sem conteúdo" quando estiverem numa idade mais avançada? Tendo-se em vista que precisam trabalhar e querem ser independentes. Sem dúvida, um corpo que carrega uma cabeça cheia de vento e rugas. Não é o que queremos ser, não mesmo. 
Compras de revistas com sugestões de conquista, supostas predeterminações de uso de cores favoráveis ao dia, danças com músicas que denotam a capacidade criativa de qualquer um poder compô-las, vestuário com peças "vulgares", são ferramentas sugeridas pela publicidade para a conquista do tão sonhado príncipe encantado dessas menininhas. Ah! Assim nenhum príncipe as quererá. Se é que eles existem e se é que são do estereótipo de antigamente (já que tudo mudou), certamente terão como exigências as mudanças de hábitos.
Meninas! Não se prendam às revistas que estampam caras e corpos bonitos e ocultam coisas mais significantes para a realidade. Aliás, tem muito Photoshop por aí. Ninguém é perfeito, eu sei, mas dizer que faltar a aula "não dá nada" é inaceitável. Será que essas personagens expostas nesses meios de entretenimento não possuem estudo e a maior preocupação delas é a aparência? Realmente, se isso for verdade, desconhecia essa imortalidade da beleza. Contudo, é um fator valioso quando se trata de mídia e ilusões. De qualquer forma, essa representabilidade está incompleta e atinge diretamente a formação da massa.
Então, você menina que se prende às músicas que a deixa num nível moral bem baixo, às propagandas que impõem o que se deve ou não fazer para a conquista, às roupas escandalosas em locais desapropriados, às artificialidades da mídia, acorde! Tudo isso é apenas um aglomerado de recursos chaves para a futura acriticidade e falta de assunto. Dizer que não dá nada, é o primeiro passo para o precipício. Opta, então, entre cair e tentar ser salva pela "cabeça de vento" ou mudar de postura?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Problemas

Todos nós temos problemas e ninguém os admira, nem os coleciona: sejam eles de lógica, de saúde, de família, de escola etc., os problemas são ruins e fim de papo. O que eu não entendo, porém, são as pessoas que querem causar mais problemas para nós. Não se limita ao "Me ouça, por favor, preciso desabafar!", ao contrário, vai muito além disso. Há quem queira transferir essas dificuldades para o outro, aquele "ser bem próximo". Esses espertinhos acreditam que ao transferirem problemas, estarão livres por todo o sempre. Será que é tão difícil entender que cada pessoa tem seus próprios problemas? Muitas vezes, as pessoas demonstram que sim, que é difícil entender.
Uma verdadeira disputa para ser melhor que esse ou aquele, para quê tudo isso? Para um dia morrer como todos e deixar marcas negativas na vida das outras pessoas? Não há razão para ser egoísta, repugnante ou desdenhoso todos os dias. Uma vez ou outra até é perdoável e pode haver alguma justificativa. Mas todos os dias? Alguma coisa pode estar errada. Se você que é asqueroso acha que nunca vai precisar da ajuda de outra pessoa, está muito enganado. Caso ache que sempre poderá interferir no espaço dos outros, na hora em que menos esperar, a vida te dá um empurrão e você vai com tudo para o chão. Uma queda e tanto!
O "ser bem próximo", ao qual me referi há pouco, não, necessariamente, precisa se revoltar contra o mundo, basta apenas ser mais atento com a vida. Enquanto as pessoas te jogam os problemas e você os acumula tentando resolvê-los, o tempo passa, a vida passa e você passa. Aí, não adianta reclamar porque não viveu mais. Escute a música "Epitáfio" dos Titãs, e me compreenderá. Temos as nossas cruzes, mas cabe apenas a cada um carregar a qual foi encarregada. Então propor aos quatro cantos do mundo o que é correto, racional ou, mesmo, tentar obter satisfação de todos é inútil, só o eco da sua própria voz te responderá, se é que pode ser considerada uma resposta. Viva: respeite o espaço dos outros; respeite o seu espaço; saiba a vez de falar; saiba a vez de calar; grite quando necessário; pule; corra; viaje; erre mais e tente esquecer as responsabilidades pelo tempo que julgar conveniente, mas tente. Há quem reclame demais dos problemas, mas há aquele que ouve essas reclamações na mesma frequência. Então, cadê a reciprocidade? O eco, já mencionado, não é considerado como um interlocutor.
Portanto, você que reclama demais, ouça alguém, sempre há quem precisa ter voz. Você que ouve demais, lute por sua chance de falar e aproveite-a, nunca se sabe quando a terá novamente.

Parece até blog de auto-ajuda, mas são verdades que tento afirmar a mim mesma. Essas palavras são produtos de um dia infeliz. Eu precisava expô-las para me auto-ajudar. São linhas resultantes de um dia sem cores, sem alegria. De um dia que a minha alma pareceu não ter acordado. Não reagi nesse dia, apenas o percorri sem deslumbrar o céu ou ouvir os pássaros. Nesse dia cinzento, o que me saltou aos olhos foi, principalmente, a incessante exaltação do ego, isto é, o desrespeito com as aflições alheias e por isso eu registrei, me eleva a mente.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Devaneios

Aula de Literatura, comentários sobre diversas obras do Romantismo, entre as quais: contos, romances, poesias. Tudo isso me faz viajar... Ah, e como! Imagino-me escrevendo um romance, em que a minha biografia fosse narrada, seria tão maravilhoso! Um sonho que busco realizar o quanto antes.
Para quem escolheu um curso de graduação apenas com o interesse de ensinar Língua Estrangeira, estou me deixando ser atraída pelo campo da Literatura e da Linguística. Quando se tratava da minha profissão, eu logo respondia: serei Professora de Inglês. Agora, quando ousam me perguntar algo semelhante, não tenho uma resposta imediata. De maneira alguma isso é ruim, pois, desde que eu entrei na Universidade, estava sujeita a transições. Porém, a situação é embaraçosa ao tratar do meu amor por todas essas disciplinas; por mais que elas me sufoquem com tanta leitura e depois eu morra de dor de cabeça, eu as amo igualmente. Não consigo me ver apenas ministrando aulas de Inglês. Não consigo me ver apenas ministrando aulas de Literatura (seja Brasileira ou Estrangeira). Não consigo apenas me ver ministrando aulas de Linguística. De jeito nenhum! O embaraço se deve ao fato de tentar me ver ministrando todas elas. Eu tinha um rumo, encontrei três caminhos extremamente encantadores e o perdi.
Suponho que toda essa confusão se deva aos meus professores, isto é, a experiência, a competência e o amor à profissão que eles demonstram ter. Eles têm uma perceptível realização ao serem professores, parece que nasceram predispostos para ministrarem aulas. Contudo, esses professores que tomo como modelos de profissão, estudaram; sofreram; tiveram leituras e dores de cabeça tanto quanto eu ou mais, e só adquiriram experiência, competência e amor à profissão graças à busca pelo conhecimento. 
Assim, são meus ilustres exemplos e a minha grande esperança de me tornar um por cento do que eles são já me faz decidida. Decidida não entre os caminhos que me esperam, mas em relação a ser alguém exemplar, que tenha cultura e saiba explorá-la. Por isso não me preocupo com as escolhas, mas em me determinar a ser esse alguém, para, quem sabe, logo publicar o meu primeiro livro. Sonhar não faz mal a ninguém, oras!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Crianças

Hoje no final da aula houve uma discussão, entre a professora e os alunos, acerca das crianças pobres, carentes, que residem nas ruas e que são desprezadas pela maioria das pessoas. Essa discussão me fez refletir o meu modo de agir ao passar por essas crianças. Fez-me refletir também a educação que elas (não) recebem, a escassez de oportunidades, o desprezo que elas têm todos os dias.
Não é difícil de se encontrar exemplos notórios nas ruas. Mas o que fazemos em relação a isso? Sentimos pena? Segundo minha professora a questão tem um plano implícito muito mais complicado, um plano que não se vê ou não se quer ver. Por exemplo, muitas pessoas passam próximas a uma criança moradora de rua, descuidada na aparência, e viram o rosto para o lado contrário, desconsiderando a presença de um ser humano. Há ainda quem passe e "jogue uns trocados" pensando que assim fizeram uma boa ação. Será que isso basta àquela criança? Imagine-se no lugar dela, você se sentiria humano ao receber uns "trocados" de uma pessoa que nem sequer vira o rosto para você? Você se sentiria bem sendo tratado como uma "coisa"? Para ela o dinheiro é indiferente e por mais que não o saiba exprimir, ela carece de um olhar, de um sorriso. Assim, a falta deles, é contribuir para que os sonhos infantis se desfaçam, pois uma criança sem atenção, sem sorrisos, sem a ilusão, não é criança em sua totalidade. 
Experimente um dia sorrir a uma criança, se for tímida, ela ficará receosa. Então repita e perceba que aos poucos ela atenderá a seu gesto de carinho e, desse modo, o devolverá. Esse sorriso, mesmo que inconscientemente, fará a diferença na vida dela. No entanto, se você não o receber, tenha como justificativa o fato de ela ser muito tímida ou, ainda, não ser acostumada a tamanha atenção. Lembre-se dos dias que não prestaram atenção nas suas palavras, que não chamaram seu nome ou, o pior, não olharam em seus olhos, e, então reflita na realidade em que essas crianças, moradoras de rua, se encontram. Elas sofrem a falta de atenção, a falta de identidade e a falta de existência durante todos os dias e as recebem de muitas pessoas. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Comunicação

Atenção é sempre bem-vinda. Conversar com alguém que presta atenção, que interage, que vincula um assunto a outros, que busca ser um bom ouvinte é muito agradável. Mas devido à falta de tempo ou distração, há quem ainda não segue esse requisito do bom ouvinte. Embora necessitemos da interação, a  televisão, o computador ou o celular representam os nossos locutores. 
Portanto, questiono: será que todo esse avanço tecnológico emergente foi de todo benéfico? Pois, atualmente, é por intermédio do computador que estabelecemos os laços de amizade. O E-mail, por exemplo, é um dos meios eletrônicos mais ilustres dessa façanha. As cartas, portanto, caíram em desuso e raro é encontrar alguém que ainda as utiliza para se comunicar, pois o recurso eletrônico é, além de tudo, rápido e gratuito, vantagens que a carta não tem. 
Eu, também, posso servir de exemplo, pois a maior parte de meu tempo se passa em frente ao computador ou ao som do rádio. Ou, citando as atitudes que podem ser julgadas obsoletas, como usar papel e caneta para o desabafo, hoje, eu uso o Blog. Por que jogar papel e tinta fora se posso poupá-los? Além disso, torno-me ecologicamente correta e incluída digital. Até aqui, esse avanço tecnológico se mostrou muito vantajoso.
Entretanto, a atenção que antes estava presente numa reunião de família, amigos, volta-se, principalmente, para os espetáculos televisivos, para o celular moderno, para a internet com maior velocidade. Por outro lado, não critico os sites que oferecem livros em arquivo gratuitamente, ao contrário, essa é uma das grandes conquistas da Internet. Minha crítica se refere a nossa disposição para nos conservarmos em frente a um aparelho eletrônico numa grande parcela do dia e depositarmos nele a nossa atenção apenas por entretenimento.
Assim sendo, meu presente post, além de autocrítica, é um pedido de atenção para conosco que, seduzidos pelos meios comunicativos, nos distanciamos da realidade. Nós que fazemos do computador um refúgio. Possivelmente, nossa atitude de estada constante em frente a ele, seja o único meio que nos permitimos ter voz e liberdade para expor nossas opiniões sem haver interrupções nas conversas "reais".

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Indecisão

Complicado é tomar decisões. Ver dois rumos diferentes à espera de uma escolha responsável. É saber que depois dessa escolha, não há como retomar. É tomar uma postura, nem que seja radical. Assumir atitudes necessárias. Destemer oposições. Acreditar no que se quer. É ter coragem e enfrentar.
Quantas vezes nos encontramos nessas condições. Deparamo-nos com as nossas certezas e incertezas, caminhando lado a lado. Os pólos que sempre nos seguirão: o sim e o não. Ou é ou não é, simples assim. Sem meio-termo, sem imparcialidade. O sim e o não são os únicos que podem, de fato, seguirem adiante. Eles decidem o caminho.
Por outro lado, há o talvez, aquele intermediário. O talvez nos enfraquece, nos enlouquece, mas nos leva à reflexão. O talvez é a causa da contradição, ora prejudicial, ora reflexiva. Possivelmente, o talvez seja o qual mais influi, pois nos faz questionar. Ele dá um tempo para pensar. Ele não cessa, ele começa. Sem o talvez, não haveria mudanças. Ainda que ele não tome decisões, nos possibilita alternar entre elas. Posterior ao talvez vem o sim e o não, se bem que possam demorar.
Eu, por exemplo, não decidi, ainda estou pensando a respeito. É uma oportunidade ótima, supostamente única, que trará incontáveis benefícios. De tanto pensar, perco-me. O raciocínio é a minha arma, uma das alternativas é a mira e a escolha é consequência. Encontrar-me nessa inconstância é habitual, a única diferença, porém, se deve à importância que tal decisão poderá ter em minha vida.
De qualquer modo, perdida em pensamentos, buscarei o quanto antes a resposta. Pesarei as ditas vantagens e desvantagens, avaliarei meticulosamente e só depois disso é que virá a decisão. Embora possam aparecer alguns equívocos depois da escolha, saberei remediá-los com menor dificuldade devido às minhas reflexões. Por isso, o talvez faz parte.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cancelamento súbito

Dia primeiro de agosto de dois mil e onze. Essa era a data para o primeiro dia de aula pós-férias. Entretanto, para minha surpresa, foi adiada e tal qual foi o meu susto que me esqueci de agradecer às forças superiores. Foi muita sorte! Visto que é um incômodo pegar o ônibus nessa presente circunstância em que a cidade se encontra. Se o ônibus já é imundo com o tempo favorável, imagine em época de chuva. Além do espaço mínimo, os vidros permanecem fechados, o chão alagadiço, as pessoas se empurrando; ninguém tem chance ali, seja um portador de condições especiais ou não, a meta é um assento. Sem citar as doenças ocasionadas pela falta de circulação do ar.
Fora esse pequeno detalhe do transporte, a causa de sorte também se refere aos trabalhos para entregar. Um mês em férias e só na última semana que resolvi me mexer. Ora, férias são para descanso! O segundo ano é muito sanguinolento. Assemelha-se a um serial killer, sangue frio, mata as pessoas ou deixa sequelas. Não é à toa que conhecemos uns malucos fazendo pós-doutorado. Mas, exageros à parte, meus trabalhos estão prontos e isso é muito confortável. Contudo, um dia a mais de folga não faz mal.
Em lembrar que ontem estive o dia inteiro pensando no dia de hoje, até postei para me descontrair e reclamei por causa da chuva. Mas olha eu aqui, postando as minhas reflexões depois de um dia letivo sem aula em razão da chuva e agradecendo por ter chovido. Sem querer, aludi um dos pontos positivos da chuva. Que paradoxo!
Chovendo ou não, acredito que amanhã essas aulas retornam. Causa estranheza ler ao mesmo tempo meus agradecimentos por mais um dia ocioso e o meu apelo por regresso às aulas. No entanto, foi tão inesperado esse cancelamento que senti até saudades. Enquanto isso, fico aqui aproveitando mais um dia preguiçoso. Afinal, esse semestre parece prometer, começando por hoje.

Aulas

Amanhã começam as aulas, que empolgante! Aproveitei-as muito bem, me diverti, descansei etc. É tão legal acabar as férias nessa animação, só de pensar nisso me sinto contentíssima.
Bem, é claro que isso não é verdade, não estou contentíssima. Mesmo assim, pensando no meu intelecto, está mais do que na hora de voltarem essas aulas. Por mais que eu leia, eu entro em decadência nas férias, pois durante as aulas, discutindo o porquê das coisas com os outros e estudando de verdade, eu me sinto em evolução. É uma troca de informações que me fazem crescer e indagar com mais propriedade. Em casa, as minhas perguntas se caem no vácuo por não me considerar crescida o bastante para me auto-responder ou se o faço, não me contento, talvez eu precise de contradições ou bastar-me-iam outras opiniões. Ou o declínio se deve, também, às minhas leituras caseiras que são, na maioria das vezes, dispensáveis, não me acrescentam em nada significativamente e o único motivo pelo qual discuto é de não querer limpar a casa. Minha mãe que o diga. De qualquer modo, estou feliz. Nem tão triste, nem contentíssima, apenas feliz.
Apenas feliz porque essa cidade resolveu de chover justo na volta às aulas, que coisa! Não tem como ficar contentíssima. Eu não gosto de chuva e nem para dormir. Imagine aqueles pingos intermitentes acima do telhado, que agonia! Quando trovoa, então, quantos sustos! Não tem como ter um sono sossegado com esses fatores. Sair de casa também, independentemente do clima, é horrível! As ruas são péssimas quando úmidas, ótimas para derrubar um ou, no mínimo, fazer alguém corar de vergonha. Além disso, frio com chuva não combina, em minha opinião. É triste olhar pela janela sabendo que tem que sair, e ver a chuva caindo num dia frio. Meteorologicamente falando, para mim não há situação pior. Na verdade, eu não gosto de ambos mesmo que separados. 
De qualquer forma, tenho que me conformar. Não há nada que eu possa fazer, exceto me agasalhar e colocar um guarda-chuva na bolsa e um sorriso no rosto. Pois, por outro lado, a chuva tem seus efeitos positivos, mas como não gosto dela não me darei ao luxo de citá-los. A razão do sorriso, aquele já conformado com a meteorologia, se deve a boa intenção, isto é, sair de casa para estudar, para discutir e evoluir. 
Em suma, ficar em casa é muito bom, muito bom mesmo. Acho que não há nada melhor do que dormir até o horário que quiser e passar o resto do dia sem ter nada para fazer. Mas, essa não é a melhor escolha se, de fato, há vontade de ser alguém importante na vida. Eu tenho essa ambição, ela me estimula a crescer e nunca me desanimar. Aliás, ficar em casa também engorda; engorda o corpo e emagrece o cérebro. Então, a vantagem de fazer nada é nula, o jeito é estudar. Amanhã, então, lá vou eu...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sentimento

Sentimento é o mesmo que ato ou efeito de sentir. É um senso inato a todo ser humano. Sentimentos podem ser negativos ou positivos e, conforme a situação, variam-se constantemente e nos confundem. Por muitas vezes me encontrei nessa situação: ao mesmo tempo em que achava gostar de uma pessoa, vi que um pequeno ato ou  uma simples palavra pôde fazer com que esse sentimento se desvanecesse com facilidade.
Hoje me encontro numa situação bem semelhante. Rememorando aqueles três tipos de pessoas que citei em outro post, descrevo alguém em especial, com nada de especial, o qual me fez tornar o segundo tipo de pessoas e achar que eu sentia ódio dele. Graças a uma melhor habilidade para expor minhas ideias, afirmo ser o sentimento de apatia, para não parecer tão cruel. Para ilustrar com mais clareza: era alguém ao qual sempre fui indiferente e que, em um dia de muito atrevimento dele (palavras, atos), acabou se tornando o meu alvo preferido, contido na minha lista negra. Se é bom ou ruim não sei, só sei que assim o é.
Então comecei a descobrir qualidades e defeitos desse alguém. Perguntas indiretas a amigos, inimigos, Internet, lista telefônica... Fiz tudo que pude e descobri! Ah, quantas coisas eu descobri. Posso estar contando vantagem, mas há coisas que só eu sei. Esse alguém nem imagina que, sempre que posso, o lembro da pior maneira. Contudo, é algo que não me beneficia, ao contrário, me faz perder tempo, muito tempo, embora me atraia na mesma dose. Talvez eu goste de sofrer, talvez eu goste de me torturar. Seria tão mais fácil deixar para lá e esquecer, mas eu não consigo, não posso, não devo, não quero.
Mas o que tudo isso tem a ver com sentimentos? Retomando: outrora era ódio ou apatia, para ser mais delicada. Perdendo o meu tempo em função da vida alheia, esqueci de mim, esqueci de me analisar, de refletir acerca dessa minha obsessão. Ainda confusa, percebo que, em geral, o que sinto é pena. Esse alguém está numa situação na qual eu não queria estar. Provavelmente, se fosse possível escolher nem ele estaria. Imprevistos. Nada mais "humano" do que sentir pena, é o mínimo que posso ter depois de tudo. Para provar a minha pena, até post próprio esse alguém possui, mesmo que anônimo. É tão humano da minha parte!
Enfim, nós, seres humanos, somos confusos apesar de racionais. Somos imprevisíveis. Desconhecemos a nós mesmos. Não medimos nossos atos ou palavras por muitas vezes e isso pode fazer com que pequenas eventualidades tomem proporções catastróficas. Em busca de uma resposta, encontramos outras perguntas. Nessa incansável investigação, perdemos a sanidade mental. É uma explosão de sentimentos simultâneos fazendo com que cometamos erros, os quais podem ser irreparáveis. Possivelmente nem todos (re)ajam assim, mas eu me considero vítima dessa busca, desses feitos. Se no meu caso é remediável ou não, só o tempo responderá.
Portanto: cuide-se comigo, eu sou humana!