quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Devaneios

Aula de Literatura, comentários sobre diversas obras do Romantismo, entre as quais: contos, romances, poesias. Tudo isso me faz viajar... Ah, e como! Imagino-me escrevendo um romance, em que a minha biografia fosse narrada, seria tão maravilhoso! Um sonho que busco realizar o quanto antes.
Para quem escolheu um curso de graduação apenas com o interesse de ensinar Língua Estrangeira, estou me deixando ser atraída pelo campo da Literatura e da Linguística. Quando se tratava da minha profissão, eu logo respondia: serei Professora de Inglês. Agora, quando ousam me perguntar algo semelhante, não tenho uma resposta imediata. De maneira alguma isso é ruim, pois, desde que eu entrei na Universidade, estava sujeita a transições. Porém, a situação é embaraçosa ao tratar do meu amor por todas essas disciplinas; por mais que elas me sufoquem com tanta leitura e depois eu morra de dor de cabeça, eu as amo igualmente. Não consigo me ver apenas ministrando aulas de Inglês. Não consigo me ver apenas ministrando aulas de Literatura (seja Brasileira ou Estrangeira). Não consigo apenas me ver ministrando aulas de Linguística. De jeito nenhum! O embaraço se deve ao fato de tentar me ver ministrando todas elas. Eu tinha um rumo, encontrei três caminhos extremamente encantadores e o perdi.
Suponho que toda essa confusão se deva aos meus professores, isto é, a experiência, a competência e o amor à profissão que eles demonstram ter. Eles têm uma perceptível realização ao serem professores, parece que nasceram predispostos para ministrarem aulas. Contudo, esses professores que tomo como modelos de profissão, estudaram; sofreram; tiveram leituras e dores de cabeça tanto quanto eu ou mais, e só adquiriram experiência, competência e amor à profissão graças à busca pelo conhecimento. 
Assim, são meus ilustres exemplos e a minha grande esperança de me tornar um por cento do que eles são já me faz decidida. Decidida não entre os caminhos que me esperam, mas em relação a ser alguém exemplar, que tenha cultura e saiba explorá-la. Por isso não me preocupo com as escolhas, mas em me determinar a ser esse alguém, para, quem sabe, logo publicar o meu primeiro livro. Sonhar não faz mal a ninguém, oras!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Crianças

Hoje no final da aula houve uma discussão, entre a professora e os alunos, acerca das crianças pobres, carentes, que residem nas ruas e que são desprezadas pela maioria das pessoas. Essa discussão me fez refletir o meu modo de agir ao passar por essas crianças. Fez-me refletir também a educação que elas (não) recebem, a escassez de oportunidades, o desprezo que elas têm todos os dias.
Não é difícil de se encontrar exemplos notórios nas ruas. Mas o que fazemos em relação a isso? Sentimos pena? Segundo minha professora a questão tem um plano implícito muito mais complicado, um plano que não se vê ou não se quer ver. Por exemplo, muitas pessoas passam próximas a uma criança moradora de rua, descuidada na aparência, e viram o rosto para o lado contrário, desconsiderando a presença de um ser humano. Há ainda quem passe e "jogue uns trocados" pensando que assim fizeram uma boa ação. Será que isso basta àquela criança? Imagine-se no lugar dela, você se sentiria humano ao receber uns "trocados" de uma pessoa que nem sequer vira o rosto para você? Você se sentiria bem sendo tratado como uma "coisa"? Para ela o dinheiro é indiferente e por mais que não o saiba exprimir, ela carece de um olhar, de um sorriso. Assim, a falta deles, é contribuir para que os sonhos infantis se desfaçam, pois uma criança sem atenção, sem sorrisos, sem a ilusão, não é criança em sua totalidade. 
Experimente um dia sorrir a uma criança, se for tímida, ela ficará receosa. Então repita e perceba que aos poucos ela atenderá a seu gesto de carinho e, desse modo, o devolverá. Esse sorriso, mesmo que inconscientemente, fará a diferença na vida dela. No entanto, se você não o receber, tenha como justificativa o fato de ela ser muito tímida ou, ainda, não ser acostumada a tamanha atenção. Lembre-se dos dias que não prestaram atenção nas suas palavras, que não chamaram seu nome ou, o pior, não olharam em seus olhos, e, então reflita na realidade em que essas crianças, moradoras de rua, se encontram. Elas sofrem a falta de atenção, a falta de identidade e a falta de existência durante todos os dias e as recebem de muitas pessoas. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Comunicação

Atenção é sempre bem-vinda. Conversar com alguém que presta atenção, que interage, que vincula um assunto a outros, que busca ser um bom ouvinte é muito agradável. Mas devido à falta de tempo ou distração, há quem ainda não segue esse requisito do bom ouvinte. Embora necessitemos da interação, a  televisão, o computador ou o celular representam os nossos locutores. 
Portanto, questiono: será que todo esse avanço tecnológico emergente foi de todo benéfico? Pois, atualmente, é por intermédio do computador que estabelecemos os laços de amizade. O E-mail, por exemplo, é um dos meios eletrônicos mais ilustres dessa façanha. As cartas, portanto, caíram em desuso e raro é encontrar alguém que ainda as utiliza para se comunicar, pois o recurso eletrônico é, além de tudo, rápido e gratuito, vantagens que a carta não tem. 
Eu, também, posso servir de exemplo, pois a maior parte de meu tempo se passa em frente ao computador ou ao som do rádio. Ou, citando as atitudes que podem ser julgadas obsoletas, como usar papel e caneta para o desabafo, hoje, eu uso o Blog. Por que jogar papel e tinta fora se posso poupá-los? Além disso, torno-me ecologicamente correta e incluída digital. Até aqui, esse avanço tecnológico se mostrou muito vantajoso.
Entretanto, a atenção que antes estava presente numa reunião de família, amigos, volta-se, principalmente, para os espetáculos televisivos, para o celular moderno, para a internet com maior velocidade. Por outro lado, não critico os sites que oferecem livros em arquivo gratuitamente, ao contrário, essa é uma das grandes conquistas da Internet. Minha crítica se refere a nossa disposição para nos conservarmos em frente a um aparelho eletrônico numa grande parcela do dia e depositarmos nele a nossa atenção apenas por entretenimento.
Assim sendo, meu presente post, além de autocrítica, é um pedido de atenção para conosco que, seduzidos pelos meios comunicativos, nos distanciamos da realidade. Nós que fazemos do computador um refúgio. Possivelmente, nossa atitude de estada constante em frente a ele, seja o único meio que nos permitimos ter voz e liberdade para expor nossas opiniões sem haver interrupções nas conversas "reais".

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Indecisão

Complicado é tomar decisões. Ver dois rumos diferentes à espera de uma escolha responsável. É saber que depois dessa escolha, não há como retomar. É tomar uma postura, nem que seja radical. Assumir atitudes necessárias. Destemer oposições. Acreditar no que se quer. É ter coragem e enfrentar.
Quantas vezes nos encontramos nessas condições. Deparamo-nos com as nossas certezas e incertezas, caminhando lado a lado. Os pólos que sempre nos seguirão: o sim e o não. Ou é ou não é, simples assim. Sem meio-termo, sem imparcialidade. O sim e o não são os únicos que podem, de fato, seguirem adiante. Eles decidem o caminho.
Por outro lado, há o talvez, aquele intermediário. O talvez nos enfraquece, nos enlouquece, mas nos leva à reflexão. O talvez é a causa da contradição, ora prejudicial, ora reflexiva. Possivelmente, o talvez seja o qual mais influi, pois nos faz questionar. Ele dá um tempo para pensar. Ele não cessa, ele começa. Sem o talvez, não haveria mudanças. Ainda que ele não tome decisões, nos possibilita alternar entre elas. Posterior ao talvez vem o sim e o não, se bem que possam demorar.
Eu, por exemplo, não decidi, ainda estou pensando a respeito. É uma oportunidade ótima, supostamente única, que trará incontáveis benefícios. De tanto pensar, perco-me. O raciocínio é a minha arma, uma das alternativas é a mira e a escolha é consequência. Encontrar-me nessa inconstância é habitual, a única diferença, porém, se deve à importância que tal decisão poderá ter em minha vida.
De qualquer modo, perdida em pensamentos, buscarei o quanto antes a resposta. Pesarei as ditas vantagens e desvantagens, avaliarei meticulosamente e só depois disso é que virá a decisão. Embora possam aparecer alguns equívocos depois da escolha, saberei remediá-los com menor dificuldade devido às minhas reflexões. Por isso, o talvez faz parte.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cancelamento súbito

Dia primeiro de agosto de dois mil e onze. Essa era a data para o primeiro dia de aula pós-férias. Entretanto, para minha surpresa, foi adiada e tal qual foi o meu susto que me esqueci de agradecer às forças superiores. Foi muita sorte! Visto que é um incômodo pegar o ônibus nessa presente circunstância em que a cidade se encontra. Se o ônibus já é imundo com o tempo favorável, imagine em época de chuva. Além do espaço mínimo, os vidros permanecem fechados, o chão alagadiço, as pessoas se empurrando; ninguém tem chance ali, seja um portador de condições especiais ou não, a meta é um assento. Sem citar as doenças ocasionadas pela falta de circulação do ar.
Fora esse pequeno detalhe do transporte, a causa de sorte também se refere aos trabalhos para entregar. Um mês em férias e só na última semana que resolvi me mexer. Ora, férias são para descanso! O segundo ano é muito sanguinolento. Assemelha-se a um serial killer, sangue frio, mata as pessoas ou deixa sequelas. Não é à toa que conhecemos uns malucos fazendo pós-doutorado. Mas, exageros à parte, meus trabalhos estão prontos e isso é muito confortável. Contudo, um dia a mais de folga não faz mal.
Em lembrar que ontem estive o dia inteiro pensando no dia de hoje, até postei para me descontrair e reclamei por causa da chuva. Mas olha eu aqui, postando as minhas reflexões depois de um dia letivo sem aula em razão da chuva e agradecendo por ter chovido. Sem querer, aludi um dos pontos positivos da chuva. Que paradoxo!
Chovendo ou não, acredito que amanhã essas aulas retornam. Causa estranheza ler ao mesmo tempo meus agradecimentos por mais um dia ocioso e o meu apelo por regresso às aulas. No entanto, foi tão inesperado esse cancelamento que senti até saudades. Enquanto isso, fico aqui aproveitando mais um dia preguiçoso. Afinal, esse semestre parece prometer, começando por hoje.

Aulas

Amanhã começam as aulas, que empolgante! Aproveitei-as muito bem, me diverti, descansei etc. É tão legal acabar as férias nessa animação, só de pensar nisso me sinto contentíssima.
Bem, é claro que isso não é verdade, não estou contentíssima. Mesmo assim, pensando no meu intelecto, está mais do que na hora de voltarem essas aulas. Por mais que eu leia, eu entro em decadência nas férias, pois durante as aulas, discutindo o porquê das coisas com os outros e estudando de verdade, eu me sinto em evolução. É uma troca de informações que me fazem crescer e indagar com mais propriedade. Em casa, as minhas perguntas se caem no vácuo por não me considerar crescida o bastante para me auto-responder ou se o faço, não me contento, talvez eu precise de contradições ou bastar-me-iam outras opiniões. Ou o declínio se deve, também, às minhas leituras caseiras que são, na maioria das vezes, dispensáveis, não me acrescentam em nada significativamente e o único motivo pelo qual discuto é de não querer limpar a casa. Minha mãe que o diga. De qualquer modo, estou feliz. Nem tão triste, nem contentíssima, apenas feliz.
Apenas feliz porque essa cidade resolveu de chover justo na volta às aulas, que coisa! Não tem como ficar contentíssima. Eu não gosto de chuva e nem para dormir. Imagine aqueles pingos intermitentes acima do telhado, que agonia! Quando trovoa, então, quantos sustos! Não tem como ter um sono sossegado com esses fatores. Sair de casa também, independentemente do clima, é horrível! As ruas são péssimas quando úmidas, ótimas para derrubar um ou, no mínimo, fazer alguém corar de vergonha. Além disso, frio com chuva não combina, em minha opinião. É triste olhar pela janela sabendo que tem que sair, e ver a chuva caindo num dia frio. Meteorologicamente falando, para mim não há situação pior. Na verdade, eu não gosto de ambos mesmo que separados. 
De qualquer forma, tenho que me conformar. Não há nada que eu possa fazer, exceto me agasalhar e colocar um guarda-chuva na bolsa e um sorriso no rosto. Pois, por outro lado, a chuva tem seus efeitos positivos, mas como não gosto dela não me darei ao luxo de citá-los. A razão do sorriso, aquele já conformado com a meteorologia, se deve a boa intenção, isto é, sair de casa para estudar, para discutir e evoluir. 
Em suma, ficar em casa é muito bom, muito bom mesmo. Acho que não há nada melhor do que dormir até o horário que quiser e passar o resto do dia sem ter nada para fazer. Mas, essa não é a melhor escolha se, de fato, há vontade de ser alguém importante na vida. Eu tenho essa ambição, ela me estimula a crescer e nunca me desanimar. Aliás, ficar em casa também engorda; engorda o corpo e emagrece o cérebro. Então, a vantagem de fazer nada é nula, o jeito é estudar. Amanhã, então, lá vou eu...