segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Inútil

"Uma coisa é certa: ficar sentado se sentindo infeliz não vai mudar nada." -- O Menino do Pijama Listrado

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Esperança

Pode-se dizer que essas minhas férias estão sendo o resultado oposto de um ano, o de 2011, exaustivo, trabalhoso. Elas são chatas, repetitivas. Minhas esperanças de férias serem sinônimo de passeios, viagens para lugares diferentes e legais, gastos, cultura, estão se esvaindo. Não adianta esperar passar o ano letivo inteiro, sendo que ele é o exato período de agitação, ao menos para mim. Aliás, agitação não no sentido adotado pelos jovens de hoje que seria balada, bebida e etc, mas corre-corre, o que ainda me faz bem. Se as férias foram criadas para descansar, as minhas estão falhando no quesito: descansar pela fuga da rotina, pois descansar em casa, cansa também. Enfim, fantasiar e reclamar não me leva a lugar algum. Espero, todavia, que as poucas esperanças restantes sejam fortes o suficiente para fazerem das minhas futuras férias a realização de tais divagações.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Palavras


O jogo de ferir ao mais fraco pode ser muito fácil e perigoso. Para tanto não é necessário ser o mais forte ou ter mais coragem que o adversário, basta falar. Não importa se a pessoa carrega um dicionário, ela sempre terá como ofender e se defender. Ainda que a defesa não seja a mais eficaz num primeiro momento, ela deixará marcas profundas. O adversário desprovido de argumentos desiste e o vencedor mais uma vez fala, agradece, humilha. Seu maior motivo de vitória: as palavras. Seja numa simples discussão à uma briga, as palavras farão diferença, terão o seu peso.
Lamento não poder dizer o mesmo quando se trata de palavras elogiosas. Parece que elas têm menos valor, ou nenhum. As pessoas sequer lembram-se de um elogio. É tão menos eficiente. Ou quando o recebem esse tem duração de uns cinco minutos, isto é, enquanto o sorriso consegue expor o resultado. No entanto, o elogio não alcança a memória, pode-se supor até que seja um caminho desconhecido, pois quando a pessoa se sente mal é raro lembrar-se da palavra que durante cinco minutos a fez melhor. Eu sou assim, digo, então, por experiência própria.
Venho aqui para especular esta postura contraditória que adotamos. Creio incluir nessa afirmação uma quantidade significativa das pessoas que conheço. Há alguns dias, por exemplo, li frases inquietantes como: "Se quisesse só palavras, comprava um dicionário"; "Chega de apenas dizer eu te amo, demonstre". Questionei-me: possivelmente esse sujeito nunca se machuca quando alguém o chama de "deselegante", considerando ser uma palavra, não? Aí vem alguém e me diz: "Só que neste caso a pessoa quer que a outra prove o amor que sente, já que fala tanto em amor". Possivelmente não se ama do jeito que se fala ou não se sabe como demonstrar. Pronto! Quanta exigência! Mesmo assim, seguirei adiante: pense no seu melhor amigo, o camarada. Ele pode às vezes te chamar de imprestável, feio e burro (três palavras!), porém quando você precisa chorar e desabafar, é ele quem vai te ouvir e te aconselhar e até onde sei aconselhar se dá por meio de palavras. Oh, palavras! Outro exemplo bem prático é o da vendedora de roupas. Você acha que só porque ela está com uma peça semelhante e te elogiando tudo está "perfeito"? Sei. Cabe a nós distinguir quem fala por falar, quem age por agir.
Enfim, pessoas feitas de atos, o mundo precisa das palavras e precisa dos atos também desde que ambos sejam sinceros (grife as últimas cinco palavras). Se o mundo acabasse com as palavras, o que seria de mim, a tagarela? Os atos são importantes, concordo, mas é preciso ouvir a quem se respeita o tempo que for suportável. A palavra ainda que não seja proferida, surge na mente antes de agir. Ela antecede o ato para, se preciso, justificá-lo. Pensem nisso: só o Mr. Bean é feito de atos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sem exageros

Amar provavelmente seja agir de modo despreocupado com alguém sem ter receio de sua reação. Olhar nos olhos, ler seus pensamentos e comunicar-se com eles. Perceber no tom de voz algo que pode estar ou não sendo um incômodo. Conquistá-lo todos os dias sem ter tal intenção. Dispensar versos decorados. Poupar as flores. Fazer do próprio mundo o dele também. Torná-lo dono de uma parte de si e se por alguma razão houver distanciamento, é ficar no aguardo da outra parte que sobrou desabar. Ter paciência. Fazer rir ou chorar a quem se ama. Acima de tudo, caminhar juntos e saber as razões pelas quais o outro se fere ajudando-o a se curar. Provar que se ama sem isso ter sido solicitado. Respeitar as preferências, dialogar. Sonhar e realizar. Ser demasiadamente romântico num post que seria apenas uma demonstração afetiva. Amar e odiar a mesma pessoa a todo instante por medo de perdê-la: o medo de perder a parte que se pertence.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Recomeço

Para mim ano novo nem sempre significa vida nova. Pode significar que há planos, mas vida nova, não, porque sempre planejamos alguma coisa em algum dia. Pelo menos eu sou assim: todo dia planejo alguma para fazer, ainda que não faça nada. Então, acerca do ano novo, recomeçar seria a palavra certa? Considerando que há quem não queira mudar de emprego, não queira ter outra casa, carro e companheiro, essa é a palavra certa. Recomeçar também serve para quem, de fato, deseja mudanças. É a mesma palavra para ambos os casos, isto é, para aqueles sonhadores que projetam a vida sempre no início de alguma coisa, seja da semana, do mês ou do ano ou, ainda, para os que desejam ver o progresso de tais planos.
Perceptível é o fato de eu não fazer parte desses sonhadores. Meus planos já foram feitos em datas imprevistas e, por isso, o que realmente espero do ano que chegou é força e ânimo para vencê-lo. Quero que seja um ano de cumprimentos de tarefas, de aquisição de conhecimento e de vitória. Posso ser uma mera acadêmica, porém será graças aos meus esforços como tal que atingirei a profissão escolhida. Em minha vida pessoal, também está tudo em ordem. Realmente, tudo em ordem e por pensar que poderia estar perdido, agradeço a Deus por Ele ser tão poderoso ao ponto de mover as peças de acordo com Sua decisão.
Então se a minha vida está tranquila e com os planos em mente, não há razão para eu acrescentar, pois agora é hora de produção, resultado. Do abstrato para o tangível. É só um ano que começa, minha vida continua a mesma, minhas paixões são as mesmas ou até mais intensas e não tenho planos radicais só por causa de um suposto (re)começo. Bastam-me os que tenho e não são poucos. Já para os sonhadores eu desejo boa sorte. Aliás, qualquer anseio, esteja ele na mente ou nas mãos, a sorte é bem-vinda. Afinal, estamos recomeçando.