sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lei de Murphy

Se você acorda atrasado com o pé esquerdo, olha-se no espelho e vê uma espinha na ponta do nariz, lembra-se que é dia de apresentação de algum trabalho que você, obviamente não estudou, vai ao banho e sua mãe avisa que acabou a água, podes crer, não é teu dia de sorte! Contudo, para um dia ser ruim os fatores não necessariamente precisam estar explicitados.
Um dia lindo, com céu azul logo às 8h30 da manhã, temperatura agradável, sem trabalho algum para apresentar e o primeiro horário vago. Enfim, praticamente perfeito! Uma pessoa conhecida aparece no portão de minha casa para me acompanhar à universidade: a minha melhor amiga. Isso aconteceu no dia vinte e oito de setembro de dois mil e onze, mais precisamente às 13h.
A caminho da universidade, dentro do ônibus, essa pessoa comenta que havia me mandado um e-mail para avisar a repentina visita. Ela ainda fala que entrou no ônibus anterior achando que eu (a poderosa) já estaria no embarque e, percebendo o equívoco, desce dele para ir à minha casa com o único fim de ter minha companhia. Nesse trajeto, eu recebo três ligações, de outra amiga, convidando-me para ir ao evento que estava acontecendo. Havia palestras e mesas-redondas sobre um assunto que não me desperta interesse. Depois dessas ligações insistentes, eu compartilho ironicamente a minha vontade de participar desse tipo de evento e minha amiga declara que esse era outro propósito da sua aparição, isto é, acompanhá-la nesse evento.
Entretanto, eu, espertalhona, persuadi-a para ir à universidade comigo e mexer no computador, Internet etc. Lá estão as duas melhores amigas, lado a lado, conversando por msn. Ressalto que eu ia à universidade no horário habitual, mesmo não tendo a primeira aula, a fim de estudar. É perceptível que não se concretizou, ainda que minha amiga tivesse conhecimento disso! Mas para não desperdiçar tanto tempo "rindo" em frente ao computador da universidade, eu solicitei a ela que me acompanhasse até a biblioteca para emprestar alguns livros e estudar em casa.
Com o pedido aceito, vão as duas caminhando e conversando descontraidamente pelos corredores, comentários de duas jovens estudantes. Na biblioteca, ela então se empolga com os títulos dos livros, além de insultar-me com observações maldosas referentes ao meu curso. Num instante, ela começa a se apalpar descontroladamente e me pergunta: "Você viu meu celular?" Eu penso: "Ai, não! Não vá me dizer que o perdeu!" Mas respondo: "Não, por quê?" Ela: "Acho que o perdi!" Desse modo, a alegria desaparece sendo, assim, substituída pelo desespero da perda.
Fomos aos outros corredores da biblioteca para procurar o tal celular, voltamos a sala dos computadores e nada! Nenhuma pista sequer! Conversamos com todos os presentes (já que com todos os ausentes é impossível) informando o desaparecimento do celular. Cansadas, esgotadas, demo-nos por vencidas e não o achamos. Ela o perdeu!
Então, se você for a algum lugar que, supostamente, te acrescente intelectualmente, não se deixe persuadir por pessoas que, como eu, só pensam em si. Se ela tivesse ido ao evento, é bem provável que não teria experimentado a perda do mobile phone. Eu não estaria preocupada e isso não me serviria de inspiração para o blog. Dessa vez a Lei de Murphy falhou e falhou feio, pois tudo estava bem. 
Se não fosse o meu poder de persuasão...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Autoestima

­Estive desanimada durante dias, não comia nem dormia direito, não queria ir à aula. Tudo em razão de um trabalho com apresentação fracassada. Se eu tivesse me esforçado mais... Sendo assim, novamente pensei em desistir. Parece que desistir é a melhor saída para extinguir minhas preocupações. Contrariamente a isso, sei que desistir seria o começo de todas elas. Faço o curso que quero, portanto, me preocupo apenas com ele. Mas se eu desistir e pensar que escapar de responsabilidades me fará bem, com certeza, essas preocupações se multiplicariam e isso não seria algo inteligente de se fazer. O enfrentamento nos fortalece.
Essa apresentação que resultou em fracasso, não foi tão prejudicada, apenas eu não estudei o texto o suficiente para expor as explicações ou contradições nele contidas. Ela não era avaliativa, apenas um ensaio para a próxima que será. Ainda assim, senti-me mal antes de começá-la e quando iniciei fiquei pior. O nervosismo tomou conta de minhas mãos, pernas e mente e tive, por consequência, o vulgo "branco". Como eu não havia me preparado o bastante, com aquela aflição cada vez mais intensa, a explicação fluía com menos coerência. Minhas palavras saíam gaguejadas ou de modo automático. Devido a bagagem de experiência que a professora possui, não tardaria a perceber o meu despreparo. Então, tal como já esperava, ela notou e sugeriu a mim uma reapresentação.
Desde esse momento, minha autoestima despencou, meu ânimo de estudar desapareceu e as noites eram tortuosas, pois, além de mal dormidas, eu pensava: "Nesse tempo que vou dormir, eu poderia estudar." Imaginar-me naquele mesmo lugar pela segunda vez, por desinteresse meu, era humilhante. No entanto, dormia, porque me obrigava a acordar cedo no dia seguinte. Li, reli, pesquisei, obtive mais conhecimento sobre a autora e seu objetivo ao produzir o texto. Foi uma experiência muito interessante, tendo-se em mente a minha ansiedade.
Chegado o dia, hoje, nervosa, mas confiante, conversei com a professora sobre a aula passada. Foi um ato corajoso declarar a minha falta de preparo. Atenta às minhas reprovações comigo mesma, ela exemplificava com situações de sua própria experiência acadêmica e isso bastou para me deixar segura. Depois disso, comecei a minha apresentação, tentei explicar o conteúdo de forma mais acessível ao entendimento mútuo, despreocupando-me das nomenclaturas (grande problema para mim) e demonstrei domínio do assunto. No final, a professora fez-me algumas perguntas, busquei respondê-las sucintamente e isso a satisfez.
Então, quem concorda que "tudo é passageiro (menos o cobrador e o motorista - piadinha velha)", ou "tudo que é bom tem seu lado ruim ou, ainda, tudo que é ruim tem seu lado bom", entende a minha situação. Ao verificar que o meu despreparo acarretou essa série de reações em mim, inclusive a neurose em "sair do texto", pude ver o quão valioso foi. Só assim percebi que preciso estar segura de mim quando me dispuser a fazer uma apresentação, não só acadêmica, mas em geral, porque meu humor é prejudicado de maneira feroz. Aliás, se não fosse a oportunidade dada pela professora para reapresentar, talvez eu ficasse apenas em reflexões e não resgataria minha autoestima tão rapidamente.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Não dá nada!"

Na escola, desde o ensino fundamental, ouvi frases geniais como "não dá nada faltar a aula!". Notável é o quão uma pessoa é capaz de desconsiderar algo que nem todos possuem, o estudo. É tratado, portanto, como se fosse algo dispensável. Todos sabem que por onde quer que vamos, o que está apreendido, é sempre bem-vindo em qualquer oferta de trabalho. Mesmo assim, há jovens, particularmente as garotas, o gênero ao qual pertenço, que se preocupam mais com aparência do que com capacidade intelectual. Agora, pensemos juntos: O que serão da vida as meninas "sem conteúdo" quando estiverem numa idade mais avançada? Tendo-se em vista que precisam trabalhar e querem ser independentes. Sem dúvida, um corpo que carrega uma cabeça cheia de vento e rugas. Não é o que queremos ser, não mesmo. 
Compras de revistas com sugestões de conquista, supostas predeterminações de uso de cores favoráveis ao dia, danças com músicas que denotam a capacidade criativa de qualquer um poder compô-las, vestuário com peças "vulgares", são ferramentas sugeridas pela publicidade para a conquista do tão sonhado príncipe encantado dessas menininhas. Ah! Assim nenhum príncipe as quererá. Se é que eles existem e se é que são do estereótipo de antigamente (já que tudo mudou), certamente terão como exigências as mudanças de hábitos.
Meninas! Não se prendam às revistas que estampam caras e corpos bonitos e ocultam coisas mais significantes para a realidade. Aliás, tem muito Photoshop por aí. Ninguém é perfeito, eu sei, mas dizer que faltar a aula "não dá nada" é inaceitável. Será que essas personagens expostas nesses meios de entretenimento não possuem estudo e a maior preocupação delas é a aparência? Realmente, se isso for verdade, desconhecia essa imortalidade da beleza. Contudo, é um fator valioso quando se trata de mídia e ilusões. De qualquer forma, essa representabilidade está incompleta e atinge diretamente a formação da massa.
Então, você menina que se prende às músicas que a deixa num nível moral bem baixo, às propagandas que impõem o que se deve ou não fazer para a conquista, às roupas escandalosas em locais desapropriados, às artificialidades da mídia, acorde! Tudo isso é apenas um aglomerado de recursos chaves para a futura acriticidade e falta de assunto. Dizer que não dá nada, é o primeiro passo para o precipício. Opta, então, entre cair e tentar ser salva pela "cabeça de vento" ou mudar de postura?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Problemas

Todos nós temos problemas e ninguém os admira, nem os coleciona: sejam eles de lógica, de saúde, de família, de escola etc., os problemas são ruins e fim de papo. O que eu não entendo, porém, são as pessoas que querem causar mais problemas para nós. Não se limita ao "Me ouça, por favor, preciso desabafar!", ao contrário, vai muito além disso. Há quem queira transferir essas dificuldades para o outro, aquele "ser bem próximo". Esses espertinhos acreditam que ao transferirem problemas, estarão livres por todo o sempre. Será que é tão difícil entender que cada pessoa tem seus próprios problemas? Muitas vezes, as pessoas demonstram que sim, que é difícil entender.
Uma verdadeira disputa para ser melhor que esse ou aquele, para quê tudo isso? Para um dia morrer como todos e deixar marcas negativas na vida das outras pessoas? Não há razão para ser egoísta, repugnante ou desdenhoso todos os dias. Uma vez ou outra até é perdoável e pode haver alguma justificativa. Mas todos os dias? Alguma coisa pode estar errada. Se você que é asqueroso acha que nunca vai precisar da ajuda de outra pessoa, está muito enganado. Caso ache que sempre poderá interferir no espaço dos outros, na hora em que menos esperar, a vida te dá um empurrão e você vai com tudo para o chão. Uma queda e tanto!
O "ser bem próximo", ao qual me referi há pouco, não, necessariamente, precisa se revoltar contra o mundo, basta apenas ser mais atento com a vida. Enquanto as pessoas te jogam os problemas e você os acumula tentando resolvê-los, o tempo passa, a vida passa e você passa. Aí, não adianta reclamar porque não viveu mais. Escute a música "Epitáfio" dos Titãs, e me compreenderá. Temos as nossas cruzes, mas cabe apenas a cada um carregar a qual foi encarregada. Então propor aos quatro cantos do mundo o que é correto, racional ou, mesmo, tentar obter satisfação de todos é inútil, só o eco da sua própria voz te responderá, se é que pode ser considerada uma resposta. Viva: respeite o espaço dos outros; respeite o seu espaço; saiba a vez de falar; saiba a vez de calar; grite quando necessário; pule; corra; viaje; erre mais e tente esquecer as responsabilidades pelo tempo que julgar conveniente, mas tente. Há quem reclame demais dos problemas, mas há aquele que ouve essas reclamações na mesma frequência. Então, cadê a reciprocidade? O eco, já mencionado, não é considerado como um interlocutor.
Portanto, você que reclama demais, ouça alguém, sempre há quem precisa ter voz. Você que ouve demais, lute por sua chance de falar e aproveite-a, nunca se sabe quando a terá novamente.

Parece até blog de auto-ajuda, mas são verdades que tento afirmar a mim mesma. Essas palavras são produtos de um dia infeliz. Eu precisava expô-las para me auto-ajudar. São linhas resultantes de um dia sem cores, sem alegria. De um dia que a minha alma pareceu não ter acordado. Não reagi nesse dia, apenas o percorri sem deslumbrar o céu ou ouvir os pássaros. Nesse dia cinzento, o que me saltou aos olhos foi, principalmente, a incessante exaltação do ego, isto é, o desrespeito com as aflições alheias e por isso eu registrei, me eleva a mente.