segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Oscilação

Sabe o que é pior em estar apaixonado? É esperar que a pessoa lhe conceda o mesmo carinho que você despeja mentalmente nela. É ficar sempre no aguardo de um sinal maior que faça a luz que há dentro de si iluminar os olhos. Ou contar cada minuto para se ver, enquanto se constrói falas e risinhos toscos na imaginação. Talvez seja também sentir o estômago embrulhar quando alguém menciona o nome da pessoa, embora não se refira a ela.
O melhor de estar apaixonado é gostar de dias cinzentos e ensolarados igualmente. Ver graça onde não tem e cair na gargalhada. É amar mais intensamente, ser mais cauteloso com as coisas e com o reflexo que aparece quando estamos diante do espelho. Aquele contorno se suaviza a cada vez que percebemos o quanto somos lembrados; que vale todo o esforço para se sentir bem.
Na medida em que oscilo entre o pior e o melhor, não posso deixar de notar os efeitos em mim, a ansiedade que toma conta do meu peito a cada dia da semana. As músicas que tocam parecem adquirir um tom romântico e tenho vontade de abraçar o mundo, salvá-lo. A paixão me transporta para um corpo que já é meu, mas com comportamentos totalmente opostos, mais altruístas. Eu sei que ela pode se desvanecer a qualquer instante, pois já perdi o jeito de conservá-la e me sinto inábil para segurá-la. Essa paixão pode ser a minha maior fraqueza; ou fortaleza. Uma das maneiras de conhecer sua real eficácia é libertar-me de antigas prisões e deixá-la tomar conta de mim.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Confiante

Desde o dia dezenove de Janeiro muitas coisas aconteceram. Entre elas, fui chamada para um novo emprego e já estou em processo de avaliação. Fico na expectativa de poder melhorar as minhas habilidades cada dia mais e explorá-las aqui no blog. Afinal, considerando que sou uma acadêmica formada, esse emprego demanda o uso de conhecimentos adquiridos dentro do curso. Se estou preparada, não sei, mas estou confiante de que farei o melhor de mim.
Nesse meio tempo, recebi também em minha casa a visita de duas mocinhas bem arrumadas, com ar de seriedade, mas com enorme amor ao próximo e vontade de ouvir as histórias alheias. Enquanto trocávamos algumas palavras a respeito de nossa vida, soube que as duas falam Inglês. Perguntei-lhes, a transbordar curiosidade, de quê maneira elas aprenderam a língua. Até aquele momento, eu não havia notado que uma delas se comunicava mais com gestos e isso justificou a explicação da outra, que se referiu a ela mesma dizendo que sua família inteira fala Inglês, enquanto a sua colega nascera em Washington. 
Sem razão maior, com o peito quase explodindo de felicidade, informei a elas que eu acabara de me formar em Letras, com ênfase na Língua Inglesa. Igualmente, quase estupidamente, igual a mim, elas reagiram como se fôssemos destinadas a nos encontrar, como se realmente tivéssemos uma missão a cumprir e estávamos ligadas de algum modo. Disse-lhes que planejo ainda ministrar aulas de Inglês, pois é o meu intento. Na verdade, corrigi-me e disse que é um sonho, o qual nutro a partir do momento que fiz um curso, quando eu tinha onze anos, o qual me marcara positivamente, fazendo com que cada dia fosse voltado para esse fim.
Após essa confissão, as duas me olhavam com os olhos cheios de água e, curiosamente, eu me senti bem na presença delas. Acabei me desafiando internamente e comecei a papaguear em Inglês. Ora, meu pai e minha mãe não me reconheceram de imediato e, mesmo imersa naquela atmosfera de estranheza que deles emanava, continuei a conversação sem me dar conta de nada; apenas de que eu estava falando em Inglês e conseguia me comunicar.
Provavelmente, alguns posts futuros serão dedicados a essas duas garotas que me fizeram perder a vergonha de falar, ainda que eu cometa algum tipo de mistake. Não apenas deixei de lado uma parte do rubor, como também me senti mais segura, pois recebi elogios delas e de meus pais, que após estarem a sós comigo, me confiaram em dizer que estão orgulhosos da minha progressão em interagir na língua estrangeira. Daí a razão de eu regar todas as facetas de minha vida com grandes doses de confiança.