terça-feira, 3 de julho de 2012

Um a um

Acabei de ler uma pesquisa em que fala da necessidade que temos em descansar o nosso cérebro, pois devaneios fazem com que consigamos controlar a ansiedade e resolver melhor os problemas. Há tempos que não consigo ficar fantasiando e me iludindo com situações e pessoas de modo agradável. Quando me pego flutuando nos meus sonhos estou, na verdade, pensando numa situação, mais ou menos, ruim. Já é estar em ócio, mas acredito que tais desfoques da realidade me tornam mais ansiosa ainda. Ultimamente ando com a preocupação de quitar todos os trabalhos nestas férias que nem se iniciaram conforme o calendário universitário e, embora eu tenha tempo, me atormentam.
Ainda assim, comecei a fazer atividades físicas regularmente, o que de certa maneira, me tiram da disforia. Para completar, o mês de Julho em Ponta Grossa está tão aconchegante que nem parece Inverno. O sol vem bater à minha janela para acordar-me todas as manhãs e tal fator me entusiasma a prosseguir com meus planos. Sem contar as noites bem dormidas que estou tendo. Nada de sonhos. Nada de pesadelos. Apenas dormir bem. Talvez esteja aí a parte do enigma que denota a minha condição de não selecionar um tempo para cair em profunda meditação, afinal, é durante o repouso que isso acontece, ainda que com tamanha neutralidade.
Como desafio, no entanto, proponho-me a sair do campo exterior consciente e voltar-me somente ao interior. Um ato de compreender a mim mesma, pois alguns acontecimentos se arrastam em minha direção e, sôfregos, querem me envolver pelos tornozelos e me tirarem da vida que me submeti e deslocarem-me ao padecimento. O sofrer mental ou físico resultará no vazio. Lembrar-me de feridas que não se cicatrizam por serem estampadas com a expressão melancólica todos os dias, faz-me fraca. Meus olhos se afogam em lágrimas que insistem em descer. Dissimulo rapidamente e enxugo as quais apontam com mais audácia, pois não quero apresentar a minha alma interior à percepção vizinha. Primeiro: porque seria inútil. Segundo: porque ninguém me entenderia. Terceiro: porque ninguém tem nada a ver comigo. Só eu e mais ninguém: um diálogo entre duas almas com pontos de vista diferentes e que, de alguma forma, atraem-se. Um quebra-cabeça repleto de peças vazias e disformes.

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